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Capital

Para evitar o pior, escolas particulares investem até em detector de metais

Medida foi adotada após casos de ameaças que estão surgindo nas escolas desde o início de abril

Izabela Cavalcanti e Natália Olliver | 17/04/2023 18:27
Escolas particulares apostam em detectores de metal para evitar acidentes e "sustos" (Foto: Colégio Status)
Escolas particulares apostam em detectores de metal para evitar acidentes e "sustos" (Foto: Colégio Status)

Diante da situação de medo e ameaças que têm chegado às escolas de Campo Grande, algumas unidades da rede particular tomaram como uma das principais medidas a instalação de detectores de metais.

Exemplo disso é o Colégio Status. Conforme o empresário e responsável pela instituição, Lúcio Rodrigues Neto, foram colocados dois detectores de metais na unidade do Ensino Médio, localizada no Jardim TV Morena. Além de dificultar o acesso, a escola também tem realizado treinamento com a equipe.

“Estamos colocando detector de metais no Ensino Médio, onde a gente acha que tem um risco maior, aumentando as barreiras, colocando grades. Temos um grande problema hoje que é a fake news, a gente busca é dar sensação de segurança para os pais e alunos”, explica Lúcio.

Na mesma linha, conforme apurado pelo Campo Grande News, a Nova Escola também adotou o uso de detectores de metais e presta auxílio psicológico aos alunos.

A proprietária e coordenadora, que preferiu ter o nome preservado, explica que aposta nos processos internos e acredita que a conversa é um fator decisivo no acolhimento dos alunos.

"Estamos fazendo de tudo para que os pais e alunos vejam que levamos o assunto a sério. Acredito que o trabalho maior é o diálogo. Que os pais tentem entender mais a respeito das redes sociais dos filhos”.

A escola também intensificou a conversa diária com os alunos e ampliou os canais de atendimento on-line, para que os estudantes se sintam livres para desabafar ou denunciar situações vivenciadas.

“Tem alguns que mandam até carta. Intensificamos para mostrar que existe essa forma de falar. Para quem está sofrendo e para quem está testemunhando alguma coisa. A nossa maior preocupação é o trabalho interno, o bullying e Cyberbullying”, disse.

A escola também contratou segurança particulares e procurou especialistas em segurança para ter um plano de ação, principalmente contra ameaças externas. “Essa semana vamos às salas novamente para abrir diálogo, onde eles possam falar sobre seus medos e opiniões”.

Mais escolas - O colégio Nota 10 também conversou com o Campo Grande News. A escola está ampliando a cobertura do sistema de câmeras, alarmes e monitoramento 24h. Além disso, a direção optou pela redução da circulação de pessoas dentro da escola.

“Para isso, restringimos a entrada de pais e familiares no ambiente interno do colégio; exceto para alunos em adaptação. E aposta na retomada dos treinamentos das equipes pedagógicas”.

Daniel Martins, diretor da Escola Harmonia, disse que a instituição adotou medidas extras de segurança, sendo a consultoria com especialistas no assunto, melhoria nos procedimentos de entrada nas unidades escolares, possibilidade da implantação de câmeras com reconhecimento facial e contratação de mais vigias e seguranças. Ele também destaca a participação dos pais no processo delicado.

“Iniciamos o treinamento da nossa equipe interna composta e acreditamos que os pais têm o protagonismo na educação dos filhos. Esse é um dos nossos valores mais arraigados. Neste sentido, orientamos os pais e familiares a dialogarem com os filhos, com o intuito de orientá-los sobre como se informarem a respeito desse assunto, uma vez que há muitas publicações falsas com o único objetivo de assustar as pessoas”.

Na visão do presidente do Sinepe (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul), Audie Salgueiro, todas as ações tomadas são válidas.

“Todas as medidas de segurança que forem adotadas no sentido de fazer uma maior segurança, dar uma melhor proteção, eu acho positivo. Porém, especialistas nesse assunto dizem que trabalhar a prevenção e capacitação dos profissionais, crianças e famílias é o melhor caminho”, enfatiza.

Outras medidas - Além disso, a escola Biovilla, localizada no Bairro Rita Vieira, instalou “botões do pânico” em pontos estratégicos, que emitem alarme sonoro e avisam a central de monitoramento, que envia equipe imediatamente para o local e chama a polícia.

Na Rede Adventista de Educação, o Colégio Adventista, os colaboradores já foram treinados para lidar com situações de risco e medidas contra agressores ativos.

Entenda – Após caso de massacre em uma creche de Blumenau, Santa Catarina, no dia 5 de abril, diversas ameaças e alarmes falsos começaram a surgir, provocando medo nos pais.

Somente na segunda-feira (10), o Campo Grande News recebeu dez denúncias de “atentados” em colégios municipais e estaduais na Capital. E cada vez mais têm chegado mensagens de pais amedrontados e fotos de “avisos” nas paredes das escolas.

Segundo o diretor do departamento de inteligência policial da Polícia Civil, Odorico Ribeiro Mendonça e Mesquita, até dia 12 de abril, já havia 60 perfis nas redes sociais em investigação, que fizeram menção ou trataram diretamente de ameaças de massacre em escolas.

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