Para Saúde, não há justificativa para suspensão de cirurgias pela Santa Casa
Secretaria de Saúde afirma que no período da pandemia, hospital já recebeu R$ 13 milhões a mais do que é normalmente repassado
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informa que não há justificativa para a suspensão de cirurgias e redução de atendimentos do pronto-socorro da Santa Casa, medidas que foram iniciadas hoje. O hospital encaminhou informativo esta tarde sobre falta de materiais e medicamentos, cujos níveis estariam críticos.
Todos os meses, a Santa Casa recebe cerca de R$ 20 milhões do Poder Público e segundo a Sesau, durante a pandemia, em que o hospital serve de retaguarda aos casos de covid-19 – atende todos os demais pacientes não acometidos pela doença -, recebeu R$ 13 milhões além do que já é repassado normalmente.
“Os repasses financeiros ao hospital estão sendo feitos regularmente, além disso foram repassados, a mais, aproximadamente R$ 13 milhões para atendimento de retaguarda Covid-19, sendo o mesmo responsável por manter o estoque de medicamentos e insumos abastecido”, ressalta informe da Sesau.
A pasta municipal informa ainda que os números da Santa Casa indicam estabilidade na sua produção e demanda, “o que contrapõe a declaração sobre uma eventual sobrecarga de atendimentos”.
A nota enfatiza também que as cirurgias eletivas já não estão sendo feitas desde o começo da pandemia “o que injustifica uma eventual paralisação ou redução de atendimentos no pronto-socorro”.
Apesar disso, a Sesau afirma que entrou em contato com o hospital para verificar o impacto das suspensões adotadas e busca de alternativas para que a assistência prestada à população não seja prejudicada.
Dados da Santa Casa repassados à reportagem indicam que no último fim de semana – 21 a 23 de agosto – havia 255 pessoas internadas na unidade, sendo 98 delas por causas de trauma. O pior momento, no entanto, foi entre os dias 10 e 14 de agosto, quando 391 pacientes estavam internados e 154 deles por traumas.
A Santa Casa de Campo Grande tem 612 leitos para internação, sendo 495 públicos e 117 privados.