Passageira tem perna amputada após ser atropelada por ônibus
Família se divide entre a preocupação com a recuperação, custos do tratamento e a incerteza de apoio do Consórcio Guaicurus
Para uma dona de casa, de 71 anos, o retorno para casa que levaria minutos, se transformou em uma espera que já dura 27 dias e trouxe com ela, uma sequela que vai durar para o resto da vida. No último dia 4 de setembro a passageira Maria da Assunção Oliveira foi atropelada por um ônibus do transporte coletivo da Capital e por conta do acidente, teve a perna esquerda amputada.
Enquanto a dona de casa segue internada na Santa Casa de Campo Grande a família se divide entre a preocupação com a recuperação, custos com o tratamento e a incerteza de um apoio da empresa que administra o transporte coletivo da Capital. Câmeras de segurança de uma loja em frente ao ponto onde a passageira esperava o ônibus, na Avenida Calógeras, gravaram o acidente.
O registro mostra quando às 10h23 daquela manhã o coletivo que faz o trajeto até o Bairro Rita Vieira parou, duas passageiras entraram, mas a idosa não conseguiu chegar a tempo de encontrar as portas abertas. Ao bater na porta para tentar chamar a atenção do motorista a idosa se desequilibrou no meio fio e caiu entre as rodas traseiras do coletivo.
“Por sorte uma passageira viu a queda e pediu para o motorista parar”, comentou a professora Katia Maria de oliveira Freitas, de 39 anos, filha da vítima que comentou que mãe estava retornando para casa, depois de ir até o Centro com a neta.
A dona de casa foi atendida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada consciente para a Santa Casa. “Mas devido a gravidade do ferimento e pela própria idade dela o médico adiantou que ela poderia não aguentar uma cirurgia de reconstrução, então a amputação foi o mais indicado”, completa.
Após a cirurgia Maria ficou 9 dias em coma induzido na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da unidade até recobrar a consciência. Há uma semana ela deixou o setor e agora está na unidade do trauma do hospital, mas seu quadro clínico ainda inspira cuidados.
“Foi um sacrifício muito grande até para ela conseguir se sentar, depois de tanto tempo deitada e agora ela está lutando para combater uma bactéria”, diz Katia. Além do processo de recuperação doloroso a família ainda se queixa da falta de apoio do Consórcio Guaicurus, concessionária que administra o transporte urbano de passageiros.
Segundo a professora, logo após o acidente o consórcio foi procurado, mas ela foi informada que nada poderia ser feito por enquanto. “Depois de 20 dias um advogado da empresa também nos procurou e ressaltou que eles estão amparados juridicamente, ou seja, qualquer cobrança da nossa parte tem que ser feita por meio da justiça, não há nenhum tipo de conduta do ponto de vista humano”, lamentou.
Diante do empasse a professora ressalta que a sua preocupação principal é quanto a recuperação da mãe. Isso porque em casos de amputação o período de adaptação é longo, exige investimento tanto em medicações quanto em fisioterapias, sem mencionar o valor de uma prótese.
“Já avisei minha mãe que ela vai ter que reaprender a andar de novo e isso também depende de muita fisioterapia. Se algum profissional da área pudesse nos ajudar com algumas sessões ou até mesmo uma segunda avaliação, para indicar um melhor tratamento, seria o ideal”, completa.
A professora disponibilizou o número (67)9 9252-2863 para quem estiver interessado em dar qualquer tipo de apoio. Voluntários também podem entrar em contato com a redação pelo canal Direto das Ruas através do número (67) 99955-2040.
O consórcio
Via assessoria de imprensa o Consórcio Guaicurus informou que a seguradora da empresa acompanha o caso, mas que depende da conclusão de um inquérito policial para se manifestar sobre qual tipo de suporte vai dar ao tratamento da passageira.
Confira o vídeo do momento em que a vítima é atropelada: