"Penélope Charmosa": preso por bater em mulher bate-boca com delegada

Um homem preso por descumprimento de medida protetiva durante operação contra agressores de mulheres, na manhã desta sexta-feira (2), chegou a bater boca com a delegada Rafaela Lobato. "Indignado", como ele mesmo disse, chamou a policial de "madame" e "Penélope Charmosa", afirmando que não era criminoso. A operação "Mulheres em foco" levou 20 policiais da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para às ruas e terminou com 12 presos em Campo Grande.

O preso que resmunga para a delegada já é conhecido na Deam, sendo a quarta passagem dele pela Casa da Mulher Brasileira. Mesmo assim, achou injusta a ação policial. "Que justiça que é essa? eu não devo nada e tô preso", disse. A delegada responde que há mandado de prisão contra ele. "O que eu fiz?", afronta.

Ele também é acusado de agredir os pais e começou a se alterar desde que foi surpreendido pelos policiais nesta manhã. O homem acabou levado para a delegacia pelos crimes de resistência, desobediência, desacato, calúnia, injúria, ameaça, importunação sexual e difamação.

A operação - Além dele, os outros 11 alvos da "Mulheres em foco" ocuparão celas da Deam até passarem por audiência de custódia. Os nomes e nem os crimes foram informados pela polícia. Das 15 ordens judiciais de prisão, 12 foram cumpridas. "A operação faz parte das ações desenvolvidas pela delegacia em alusão a este mês de intensificação dos trabalhos de enfrentamento à violência de gênero", diz a nota da Deam.

A delegada Elaine Cristina Benicasa ressaltou a importância da denúncia. "Se a mulher não registrar, ela permanece invisível para nós. Para que a polícia possa agir, ela precisa vir pedir ajuda", disse. Ela lembrou que foram mais de 8 mil medidas protetivas solicitadas ano passado. "Tivemos vidas perdidas, mas as demais tiveram as medidas protetivas concedidas e foram salvas".

Este ano, segundo dados da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), foram registradas 3,6 mil ocorrências de violência doméstica e cinco feminicídios em Campo Grande.

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