Perícia em corpo vai determinar se menino foi jogado com vida em rio
Suspeito de matar criança é vendedor e colecionava pornografia com meninos e meninas
Só a perícia no corpo de Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, vai determinar se o garoto morreu enquanto era estuprado ou se foi atirado no rio Anhanduí ainda com vida. Por isso, para o delegado Paulo Sérgio Lauretto, que comanda a investigação, todos os esforços são agora para encontrar os restos mortais do menino.
Conforme apurou a equipe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o menino morreu no dia 25 de junho, dia em que saiu de casa para brincar e não voltou.
O testemunho de um adolescente, de 14 anos, que teria levado Kauan até a casa do estuprador, norteou a investigação. O suspeito nega ter cometido o crime.
Segundo o adolescente, quando o homem começou a violentar a criança, o menino se debatia, chorava bastante e gritava muito. Por isso, o homem pediu para o adolescente segurar as mãos do garoto enquanto ele tapava a boca do menino com a mão.
Minutos depois, Kauan parou de se debater e começou a sangrar pela boca. Foi quando o pedófilo e o adolescente constataram a morte e resolver se livrar do corpo.
Lauretto afirma que sem o corpo não é possível determinar a causa da morte, se a criança teve uma hemorragia ou foi asfixiada por exemplo. O delegado explicou ainda que Kauan pode ter ficado desacordado e ter sido atirado com vida no rio. “Pode ter só desfalecido, não tem como saber, por isso o foco é encontrar o corpo”.
Segundo o adolescente, o corpo foi colocado em saco preto e jogado no rio Anhanduí, no trecho da avenida Thirson de Almeida, continuação da Ernesto Geisel.
Perfil – O homem preso por estuprar e matar Kauan dizia ser professor, mas trabalhava com revenda de celulares, segundo a investigação.
Na residência do suspeito, foram encontrados vários filmes pornográficos e dois filmes do próprio homem tendo relações sexuais. O conteúdo da pornografia envolve meninos e meninas.
A polícia ainda apura se ele também não teria estuprado mais dois pré-adolescentes de 10 e 11 anos, além do adolescente de 14 anos que recebia dinheiro para levar crianças até a casa do suspeito.
O suspeito mora numa casa com dois quartos da Coophavilla 2, bairro onde Kauan estava na noite do dia 25 de junho, cuidando de carros.
Família – Na manhã deste domingo (23), por cerca de 40 minutos, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, que comanda a investigação sobre o assassinato de conversou com a mãe do garoto Janete dos Santos Andrade, 35, e outros familiares.
Ele deu detalhes da apuração e informou que diante de evidências e depoimentos, a polícia está certa que a criança foi estuprada até a morte, embora o corpo ainda não tenha sido encontrado.
Lauretto revelou que a família está inconformada. “É um dos casos mais difíceis da minha carreira”.
“Escoltada” por parentes, Janete saiu da delegacia chorando muito e preferiu não falar com a imprensa.