Polícia apura ligação entre execução de segurança de Rafaat e morte de PM
Perícia prepara laudo de confronto balístico que indicará se as armas utilizadas nos dois crimes são as mesmas
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Os inquéritos das execuções do subtenente da PM (Polícia Militar), Ilson Martins de Figueiredo, de 62 anos, no dia 11 de junho, e de Orlando da Silva Fernandes, conhecido como o “Bomba”, correm em paralelo e em sigilo. Mas, de acordo com o delegado-geral, Marcelo Vargas, a equipe da Polícia Civil que investiga os fuzilamentos encontrou característica em comum nos dois casos.
“Em alguns pontos as investigações se convergem. O tipo de armamento, o uso de veículos [que posteriormente foram descartados], leva a crer que se tratam mesmos executores”, afirma o delegado.
Vargas revelou ainda que a perícia prepara laudo de confronto balístico que indicará se as armas utilizadas nos dois crimes são as mesmas.
Em junho, o Campo Grande News havia apurado que investigadores estavam em busca de pistoleiros contratados na fronteira, porque as características do assassinato do PM eram as mesmas das execuções nas cidades brasileiras e paraguaias da faixa fronteiriça.
Um dos integrantes da equipe de investigação destacou para a reportagem que os fuzis AK-47 são muito utilizados por criminosos na execução de mortes encomendadas e ainda a forma como o policial foi abordado, por dois veículos em alta velocidade que depois o cercaram, é uma peculiaridade dos assassinatos cometidos entre facções em “guerra” pelo controle do tráfico e/ou contrabando na fronteira.
O delegado-geral confirma que a principal linha de investigação é de crime de pistolagem e ainda que as execuções estariam ligadas à disputa entre narcotraficantes. “Às vezes demora um pouquinho mais, mas as investigações estão avançando”.
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Os crimes – O subtenente Ilson Martins de Figueiredo, que era o chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi morto em plena luz do dia. O crime, com características de um “filme de ação”, ocorreu por volta das 6h na avenida Guaicurus, em Campo Grande.
A vítima seguia sentido bairro, quando foi interceptada pelos atiradores. Ele perdeu o controle da direção e derrubou o muro de um comércio.
O subtenente conduzia um Kia Sportage, de cor branca, que foi atingido por pelo menos 45 tiros de fuzil AK 47 e carabina 556. Ilson morreu na hora.
Orlando da Silva Fernandes, de 41 anos, também foi executado a tiros de fuzil na noite desta sexta-feira (26) na Rua Enramada, no Jardim Autonomista. Ele teria entregado a rotina do narcotraficante Jorge Rafaat aos executores dele, que foi assassinado em junho de 2016 em Pedro Juan Caballero.
“Bomba” era segurança e um dos homens de confiança de Rafaat.
Os carros que teriam sido utilizados pelos executores dos dois crimes foram incendiados.