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Capital

Polícia apura ligação entre execução de segurança de Rafaat e morte de PM

Perícia prepara laudo de confronto balístico que indicará se as armas utilizadas nos dois crimes são as mesmas

Anahi Zurutuza | 29/10/2018 11:40
Perito trabalhando no carro do subtenente da PM, Ilson de Figueiredo, fuzilado em junho (Foto: Saul Schramm/Arquivo)
Perito trabalhando no carro do subtenente da PM, Ilson de Figueiredo, fuzilado em junho (Foto: Saul Schramm/Arquivo)

Os inquéritos das execuções do subtenente da PM (Polícia Militar), Ilson Martins de Figueiredo, de 62 anos, no dia 11 de junho, e de Orlando da Silva Fernandes, conhecido como o “Bomba”, correm em paralelo e em sigilo. Mas, de acordo com o delegado-geral, Marcelo Vargas, a equipe da Polícia Civil que investiga os fuzilamentos encontrou característica em comum nos dois casos.

“Em alguns pontos as investigações se convergem. O tipo de armamento, o uso de veículos [que posteriormente foram descartados], leva a crer que se tratam mesmos executores”, afirma o delegado.

Vargas revelou ainda que a perícia prepara laudo de confronto balístico que indicará se as armas utilizadas nos dois crimes são as mesmas.

Em junho, o Campo Grande News havia apurado que investigadores estavam em busca de pistoleiros contratados na fronteira, porque as características do assassinato do PM eram as mesmas das execuções nas cidades brasileiras e paraguaias da faixa fronteiriça.

Um dos integrantes da equipe de investigação destacou para a reportagem que os fuzis AK-47 são muito utilizados por criminosos na execução de mortes encomendadas e ainda a forma como o policial foi abordado, por dois veículos em alta velocidade que depois o cercaram, é uma peculiaridade dos assassinatos cometidos entre facções em “guerra” pelo controle do tráfico e/ou contrabando na fronteira.

O delegado-geral confirma que a principal linha de investigação é de crime de pistolagem e ainda que as execuções estariam ligadas à disputa entre narcotraficantes. “Às vezes demora um pouquinho mais, mas as investigações estão avançando”.

Cena da morte de Orlando da Silva Fernandes, que seria informantes dos executores do narcotraficante de Rafaat (Foto: Liniker Ribeiro/Arquivo)
Cena da morte de Orlando da Silva Fernandes, que seria informantes dos executores do narcotraficante de Rafaat (Foto: Liniker Ribeiro/Arquivo)

Os crimes – O subtenente Ilson Martins de Figueiredo, que era o chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi morto em plena luz do dia. O crime, com características de um “filme de ação”, ocorreu por volta das 6h na avenida Guaicurus, em Campo Grande.

A vítima seguia sentido bairro, quando foi interceptada pelos atiradores. Ele perdeu o controle da direção e derrubou o muro de um comércio.

O subtenente conduzia um Kia Sportage, de cor branca, que foi atingido por pelo menos 45 tiros de fuzil AK 47 e carabina 556. Ilson morreu na hora.

Orlando da Silva Fernandes, de 41 anos, também foi executado a tiros de fuzil na noite desta sexta-feira (26) na Rua Enramada, no Jardim Autonomista. Ele teria entregado a rotina do narcotraficante Jorge Rafaat aos executores dele, que foi assassinado em junho de 2016 em Pedro Juan Caballero.

“Bomba” era segurança e um dos homens de confiança de Rafaat. 

Os carros que teriam sido utilizados pelos executores dos dois crimes foram incendiados.

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