Polícia indicia pai que contaminou a filha de propósito com covid
Contaminado, pai foi até casa onde a filha estava, abraçou e beijou menina afirmando que todos pegariam covid
A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) indiciou o pai que contaminou propositalmente a filha de 10 anos com covid-19, em Campo Grande. O inquérito será encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual).
Conforme o delegado responsável pelo caso, Marcelo Damaceno, a criança foi ouvida em depoimento especial, no setor psicossocial da delegacia. A mãe dela também prestou depoimento.
A mulher relatou que já tinha conhecimento que o pai da criança estava contaminado e, por este motivo, no mês de janeiro, deixou a menina na casa da avó paterna. "Ele foi até a residência sem máscara, abraçou, beijou e falou que estava com covid. Quando questionado sobre o motivo que estava fazendo aquilo, falou que todo mundo iria pegar", disse o delegado.
Ao tomar conhecimento da situação, a mãe procurou a polícia. Foi instaurado o inquérito, sendo que após investigação, o pai foi indiciado pelo crime de "perigo de contágio de moléstia grave". A situação é respaldada pelo Código Penal, em seu artigo 131, que leva em conta o ato de “praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio”. A pena varia de 1 a 4 anos de prisão.
A polícia ainda não interrogou o pai e nem a avó paterna da criança. Segundo o delegado, o inquérito será encaminhado ao MPE, que decidirá se denunciará o homem pelo crime.