Polícia vasculha celulares para confirmar confissão de feminicídio por R$ 50
Perícia nos celulares de Silvana dos Santos e do preso pelo assassinato são ponto final para inquérito
As perícias nos celulares de Silvana Domingos dos Santos, morta a golpes de barra de ferro aos 31 anos, e do assassino confesso, um pedreiro de 27 anos, devem colocar fim à investigação e dirimir qualquer dúvida sobre a motivação do assassinato.
A família da vítima contesta a versão dada pelo agressor, de que teve uma briga com Silvana por causa de valor e tempo combinado para programa sexual e por isso a matou. De acordo com a delegada Bárbara Camargo Alves, responsável pelo inquérito, até agora “nada aponta” para outro caminho, diferente do já traçado pela investigação, mas se qualquer informação surgir indicando outra direção, a polícia vai apurar.
Por enquanto, para a delegada, “o caso está solucionado”. Faltam resultados de algumas perícias para a conclusão do inquérito, inclusive, a dos celulares da vítima e do pedreiro. Na análise de conteúdo encontrado nos aparelhos, será possível saber, por exemplo, com que fim Silvana e o assassino marcaram encontro e se ele conversou com alguém sobre o assassinato.
Silvana foi morta no dia 17 de agosto, em uma casa, no Jardim Los Angeles. Na versão do preso pelo crime, ele a matou porque a vítima se recusou a devolver parte do valor que o homem pagou por programa. O pedreiro afirma que pagou R$ 100 para ficar por uma hora com a mulher, mas esteve com ela por apenas 30 minutos. Por isso, exigiu a devolução de R$ 50.
O assassino disse à polícia que se descontrolou, saiu no quintal da casa, onde encontrou a barra de ferro, e voltou para agredir Silvana. Inicialmente, a polícia suspeitou que ela havia sido morta com três tiros na parte posterior do crânio. Mais tarde, a perícia constatou que as lesões eram resultado de pancadas consecutivas.
O suspeito foi encontrado graças ao celular da vítima, levado por ele e vendido por R$ 500 depois do crime.
A diarista Rosana Domingos, 52 anos, mãe de Silvana, garante que a filha não era garota de programa e acredita que ela tenha vítima de “uma armação”. “Meu coração de mãe diz que isso aí tá tudo errado, tenho certeza que não é isso, vou viver para poder ver a verdade”, disse nesta manhã, ao Campo Grande News, em frente à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde esteve para saber detalhes do caso.