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Capital

Policial teve 'postura colaborativa' e ficou abalado, diz advogado

Viviane Oliveira e Marcus Moura | 03/01/2017 10:13
Ricardo (à esquerda) conversando com o policial militar, enquanto vítimas pedem para prendê-lo (Foto: reprodução/vídeo)
Ricardo (à esquerda) conversando com o policial militar, enquanto vítimas pedem para prendê-lo (Foto: reprodução/vídeo)

O advogado de defesa do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, que disparou sete tiros e matou o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, após briga no trânsito, na avenida Ernesto Geisel, no sábado (31), alega que o caso abalou psicologicamente seu cliente. A estratégia, agora, é provar que ele adotou uma "postura colaborativa" na abordagem.

Ricardo foi preso em flagrante, mas foi solto na noite de domingo (1º), um dia depois do crime. A Justiça não converteu a prisão em preventiva.

Em entrevista por telefone, o advogado Márcio Messias Oliveira afirma que não houve nada de concreto que determinasse a prisão preventiva de seu cliente. Pois, o policial colaborou com os investigadores permanecendo no local, ligando para a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.

Ao ser questionado se Ricardo queria dar sua versão sobre o caso, o advogado disse que, diante da repercussão, o policial não tem condições psicológicas de dar entrevista. “Foi uma fatalidade e mexeu com ele. Ele poderia muito bem ter fugido e se apresentado depois, que não ficaria preso". 

O policial foi afastado de suas atividades na PRF (Polícia Rodoviária Federal), está proibido de sair do Brasil, portar arma de fogo e sair no período noturno. A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul) se posicionou contra a concessão de liberdade provisória ao policial e afirma que vai acionar o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra a decisão. 

O advogado de defesa justifica que em situação de flagrante, o juiz tem duas opções: decretar a prisão preventiva ou conceder a liberdade se a pessoa tiver requisitos para isso como endereço fixo, trabalho lícito e não tiver antecedentes criminais. "Ricardo teve uma conduta colaborativa e passou a virada do ano em uma delegacia", afirmou.

Crime - Ricardo seguia em uma Mitsubishi Pajero e disparou contra uma Hilux, conduzida pelo empresário Adriano, que tinha como passageiros Agnaldo Espinosa da Silva, 48 anos, e o filho dele de 17 anos.

A confusão começou depois de uma fechada no trânsito, na Avenida Ernesto Geisel, região central de Campo Grande. O empresário foi atingido no pescoço, perdeu o controle da direção e o veículo derrubou um poste de iluminação pública.

Correia morreu no local. Agnaldo e o filho ficaram feridos e foram socorridos à Santa Casa. Apesar de indiciado em flagrante pela Polícia Civil, Moon responderá o processo em liberdade. O policial alega legítima defesa.

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