Ponto de ônibus tem pés serrados à noite e amanhece destruído na Ernesto Geisel
Em menos de 1 km, dois pontos cobertos foram destruídos e prejuízo pode chegar a R$ 14 mil
Em região crítica de Campo Grande, conhecida por problema social envolvendo pessoas com dependência química, até os usuários do transporte público enfrentam problemas. Na manhã desta terça-feira (17), um ponto com cobertura metálica, localizado na Avenida Ernesto Geisel, no bairro Nhanhá, foi serrado. O prejuízo pode chegar a R$ 14 mil, visto que a menos de 1 km outro ponto também foi derrubado, dessa vez sem uso de serra.
O ato surpreendeu até os agentes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) que estiveram no local para retirar o objeto e implementar um ponto temporário de madeira. Ao Campo Grande News, a equipe ressaltou temer que a ação vire “moda” no local. “É a primeira vez que vejo um ponto assim, só tinha visto batido. É perigoso isso se tornar frequente”, disse Evaldo Pereira, de 51 anos, chefe de implantação de pontos de ônibus da Agência.
De acordo com apuração da reportagem, os pontos cobertos, no modelo antigo, instalados na gestão do Nelsinho Trad, custavam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil cada. Hoje, os novos custam entre R$ 10 mil e R$ 12 mil.
Culpa - Quem culpa os dependentes pelo ato é o comerciante Ubaldino Simão de Lima, de 64 anos. Há anos no local, ele presencia o “vai e vem” dos dependentes químicos. Ele explica que o ponto era mais utilizado por eles do que por passageiros do transporte público. “Eles ficam deitados no ponto. Não tem por que uma pessoa derrubar assim, quais seriam os motivos? Eles ficam por aí pegando reciclado com carrinho de mercado”.
Outro comerciante, que não quis ter o nome divulgado, informou que para evitar o ponto de ônibus, pessoas ficavam esperando em frente a loja para aguardar o veículo e que corriam assim que ele chegava. “Já chegou ao ponto de os usuários usarem o ponto de ônibus pra pular muro e roubar comércios ao lado”.
Marcilio Severino Dias, de 68 anos, acrescenta que na loja dele, próximo ao segundo ponto caído, sentido centro/bairro, as pessoas também utilizavam o espaço na calçada como "abrigo de espera". Ele acredita que o ato possa não ser responsabilidade dos dependentes.
"Não acredito que seja um noia, mas que pode ser até mesmo uma forma de protesto. Eles esperavam aqui e uma quadra e meia via o ônibus, aí saía correndo pra conseguir pegar (sic)."
A reportagem questionou a Agetran sobre a quantidade de pontos distribuídos em Campo Grande, em resposta a pasta informou que a cidade possui 4.381 pontos, dentre eles, 1.900 são de abrigos metálicos, 2.113 de madeira, 351 de concreto, 2 container, 5 de peg fácil e 10 de estação transbordo.
De acordo com a Agência, um modelo quebrado vai ter restaurado, pois foi comprometido parcialmente, já o outro foi totalmente destruído e será descartado.
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