População da Capital cresceu 14,13% em 12 anos, mas não atingiu expectativa
Percentual representa 111.164 pessoas a mais, de 2010 a 2022, mas número ficou menor que o previsto
Campo Grande ganhou 111.164 moradores a mais em 12 anos, representando aumento de 14,13% na população. Os dados fazem parte dos primeiros resultados do Censo Demográfico, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (28).
Em 2010, a população residente era de 786.797, enquanto em 2022 passou para 897.938. A taxa de crescimento geométrico é de 1,1% por ano, menor que o esperado. Em 2010 a estimativa para 2021 era de 916 mil pessoas vivendo na Capital. Apesar disso, a Capital teve o segundo maior percentual de crescimento, ficando atrás de Manaus (14,5%) e ficou em nona posição entre as cidades com maior acréscimo populacional.
No que diz respeito à densidade demográfica, Campo Grande tem 111,09 habitantes por km² (quilômetro quadrado). No último levantamento (2010), esse índice era de 97,22 hab/km².
Em Mato Grosso do Sul, o número de pessoas residentes saiu de 2.449.024 para 2.756.700, no mesmo período apurado. São 307.676 moradores a mais ou 12,56%. Por ano, o aumento geométrico é de 0,99%. São 7,72 de habitantes por quilômetro quadrado. Há 12 anos, era menos da metade 3,3 pessoas por km2
No Estado, 57 municípios apresentaram aumento na população e outros 22 tiveram queda.
As cinco cidades que mais tiveram aumento, em percentual, foram: Chapadão do Sul, que saiu de 19.648 para 30.993 (12.178 ou 61,98%); Costa Rica, de 19.695 para 26.037, aumento de 8.530 (43,31%); São Gabriel do Oeste, a população saiu de 22.203 para 29.579 (7.417 a mais ou 33,41%).
Nova Alvorada do Sul teve alta de 32,69%, o que representa 5.372 pessoas a mais. Em 2010, eram 16.432 moradores e em 2022 passou para 21.822. Em Três Lagoas, são 30.366 pessoas a mais (29,83%), saindo de 101.791 para 132.152.
Esses números impactam diretamente nos repasses aos municípios, que recebem do Governo Federal recursos de acordo com o número de habitantes.
"Eu gosto de morar aqui porque é tranquila. Por isso não quero que expanda", diz Oscar Xavier, 47 anos, que é auxiliar de instalação. Na avaliação dele, crescimento significa desemprego e criminalidade.
Já a garçonete Jocilene Rorigeus, de 43, diz que "violência já tem". Por isso a opinião dela é outra. Ela vive no Aero Rancho, pega dois ônibus para chegar ao centro e até poderia chegar de bicicleta. "Mas não não tem ciclovia na cidade, Acho que se crescer, a estrutura também vai ter de melhorar, porque virá mais negócios, mais trabalho...". Ela analisa que com mais dinheiro para a prefeitura também virá desenvolvimento para esse tipo de projeto de mobilidade.
Se a cidade crescer, o estudante Alexandre Zerdona espera que também apareçam mais empregos e, principalmente, uma cena cultural mais forte. "Não tem programação interessante, shows, coisas para fazer na periferia", reclama o morador do Bairro Los Angeles.
Autônomo, Luiz Carlos Rize, de 56 anos, tem uma relação de amor e ódio com a cidade. Já foi e voltou algumas vezes. "Tenho filho de 5, 3 e 1 ano, falta atividade cultural para eles. No fim de semana, não tem para onde levar. A cidade precisa crescer para atrair mais indústrias e a consequência será maior demanda por esses espaços públicos", comenta.