População teme qualidade e acha que "nova Cidade do Natal" vai atrasar
A prefeitura de Campo Grande garantiu que a entrega da obra da "nova Cidade do Natal" será feita no dia 18 de novembro, com direito a faixas anunciando a data, fixadas nos altos da avenida Afonso Pena, em frente ao espaço.
O projeto, conforme anunciado ontem (27) pelo prefeito Alcides Bernal (PP) prevê estruturas de alvenaria, metal e madeira, o que leva a população a desconfiar que o prazo será cumprido.
“Isso aqui é muito bonito, mas é uma pena que funcione só no Natal, e no restante do tempo fique abandonado. A iniciativa é boa, esse espaço não pode ficar morto, mas, acho que não vai ficar pronto a tempo”, pondera o vendedor de água côco Marcos Zuin, que há sete anos trabalha na região, sobre a forma como o projeto será conduzido.
“Ontem mesmo, quando vieram demolir, começou a chover. Nesta época do ano é chuva todo dia, e pode atrasar o trabalho. Mas torço mesmo para dar certo e que seja mais uma opção de lazer para a população”, acrescenta Zuin.
Outro porém levantado é em relação a urgência de entrega da Cidade do Natal. O dia 18 foi estabelecido por causa da ajuda financeira da Maçonaria, que vai custear parte da reforma e, em contrapartida, vai usar o espaço para comemorar a Festa das Nações, no dia 21 de novembro.
“O Bernal justificou que demoliu porque era tudo uma porcaria, e corria o risco de cair na cabeça da gente. Foi isso que ele disse, né? Mas se fizerem a nova Cidade com pressa, de qualquer jeito, a qualidade vai ser ruim do mesmo jeito”, comenta a funcionária do posto de gasolina que fica em frente à Cidade, e quis se identificar apenas como Mari.
Regime de urgência - Quatro trabalhadores foram contratados, com expediente entre as 7 e 17 horas, conforme o funcionário Willian Gomes, que se identificou como encarregado da obra, segundo ele "em regime e urgência". Além de Gomes, mais três funcionários trabalham no local.
Nem tudo será de alvenaria - nos chalés onde funcionavam os quiosques de gastronomia, o material será mantido, mas vão passar por restauração, ainda segundo Gomes. Já as duas estruturas em forma de castelo, uma usada como a casa do Papai Noel e a outra como entrada principal da Cidade, serão demolidas e vão dar espaço a novas estruturas, estas sim de alvenaria, explica o encarregado.
A Guarda Municipal, cuja ausência foi alvo de reclamações de quem passa os dias no entorno da Cidade Natal, agora monitora o espaço e a construção. “Eles chegaram há dez dias. Não sei dizer se eles passam a madrugada aqui, que é o período mais crítico, quando chegam os vândalos e usuários de drogas, mas saio daqui por volta das dez da noite, e eles ainda estão aqui”, explica Zuin.