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Capital

Por dia, 1 servidor pede apoio a programa que atendeu professora em crise

Equipe do "Valorização da Vida" começou atendimento em 2018 com alunos que tinham pensamento suicída

Caroline Maldonado | 25/02/2022 10:34
Uniforme da superintendente de Gestão e Normas, Alelis Isabel Gomes, em acolhida realizada pela equipe do programa "Valorização da Vida", em escola da Capital. (Foto: Caroline Maldonado)
Uniforme da superintendente de Gestão e Normas, Alelis Isabel Gomes, em acolhida realizada pela equipe do programa "Valorização da Vida", em escola da Capital. (Foto: Caroline Maldonado)

O caso da professora de 44 anos de uma escola municipal que teve uma crise de pânico e ameaçou tirar a própria vida ontem (24) ganhou repercussão porque o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o programa Valorização da Vida da Semed (Secretaria Municipal de Educação) foi crucial para que a professora recebesse atendimento especializado e acompanhamento. Todos os dias, o programa recebe pedido de um servidor que precisa de ajuda, segundo a superintendente de Gestão e Normas da Semed, Alelis Isabel Gomes.

O trabalho feito por meio da Coordenadoria de Psicologia e Assistência Educacional já atendeu 23 mil pessoas, entre alunos, funcionários, professores e seus familiares, desde 2018. O projeto foi criado para atender estudantes que tentavam suicídio ou automutilação, mas na pandemia, o público foi ampliado, diante dos agravamento dos casos de ansiedade e depressão.

“Todos os dias somos chamados por alguém que precisa conversar e quer ajuda. A pandemia agravou muito essas situações. Todos sofremos com isso no mundo inteiro, então os índices de depressão aumentaram muito. Nós fazemos um trabalho dia a dia, dando atendimento especializado e acompanhando os servidores",.

Superintendente de Gestão e Normas da Semed, Alelis Isabel Gomes. (Foto: Divulgação/Semed)
Superintendente de Gestão e Normas da Semed, Alelis Isabel Gomes. (Foto: Divulgação/Semed)

Sinais - O caso da professora trouxe alguns alertas importantes sobre a melhor maneira de ajudar quem se encontra em uma situação dessa.

Considerada pelos colegas uma excelente profissional, que inclusive sempre ajudou a identificar casos de alunos em situações de doença emocional, a professora teve a crise em função de um “gatilho emocional”, segundo a psicóloga que a atendeu, Lígia Ricardo Oliveira.

“Primeiramente é preciso saber identificar uma crise de pânico. A pessoa fica com um comportamento totalmente diferente do normal, tem tremores, sudorese, chora e a respiração fica ofegante”, detalha a psicóloga.

O primeiro passo para quem está ao lado do paciente é não confrontá-lo de forma alguma, ter paciência, oferecer água e ouvi-lo, segundo Lígia.

O descontrole emocional ainda é “muito marginalizado”, nas palavras da superintendente. "As pessoas acham e dizem, muitas vezes, que isso é falta de Deus, que é falta de trabalho e que a pessoa poderia se controlar e não é nada disso. É uma doença e tem tratamento. Estamos passando um momento muito difícil no mundo todo, que está aumentando esses índices”, explica Alelis.

Panfleto do programa "Valorização da Vida". (Foto: Caroline Maldonado)
Panfleto do programa "Valorização da Vida". (Foto: Caroline Maldonado)

Atendimento - O programa Valorização da Vida atende pelos telefones (67) 3314-3800, no ramal 3954. Também estão à disposição os números (67) 9 9834-1877 e 9 8434-1884.

A equipe tem profissionais especializados e atende os servidores que buscam ajuda em uma casa da Coordenadoria de Psicologia e Assistência Educacional.

Os servidores podem fazer até quatro sessões com psicólogo no local antes de serem encaminhados para o atendimento da rede de saúde, caso seja necessário. Além disso, a equipe segue acompanhando e dando o suporte necessário.

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