Pré-candidata à presidência da OAB defende alternância para "oxigenar" entidade
Rachel Magrini é a favor de eleições diretas para a OAB nacional e defende entidade mais democrática
Entre os candidatos à presidência da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), a advogada e presidente da ABMCJ-MS (Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica), Rachel Magrini, aposta na alternância de poder e faz compromisso de não reeleição caso venha a ser eleita.
Em 2015, ela concorreu como vice na chapa do então candidato, Jully Heyder, e foi candidata à presidência, em 2018. As próximas eleições serão em novembro e na disputa, ainda há Luís Cláudio Alves Pereira, conhecido como Bitto Pereira, e Giselle Marques.
A advogada douradense, de 43 anos de idade e 21 de advocacia, acredita que a reeleição dificulta a participação de novos advogados nos processos da OAB. Desde que se formou, no Estado de São Paulo, ela retornou ao Mato Grosso do Sul e atua como advogada em Campo Grande.
“Cada um deve dar sua contribuição e passar para o outro dar sua contribuição. Se eu vir a me candidatar e ganhar, não vou me candidatar à reeleição. Na OAB, o ideal é que não haja reeleição”, afirma a pré-candidata Rachel Magrini, ao lembrar que a atual gestão da Ordem terá seis anos ao fim do segundo mandato.
União - Outro tema que Magrini deve levar aos debates, caso seja candidata, é a união entre os advogados em torno de pautas da classe. “Quero aproximar novamente a OAB do advogado, trazendo a mudança e a renovação necessária para esse momento em que a gente se sente distante da instituição, por conta da pandemia, porque as relações foram ficando sem espaço físico”.
Magrini também é contra a discussão de questões ideológicas na Ordem. “A OAB tem que ser apartidária, nem de direita e nem de esquerda, tem que ser dos advogados e voltada aos advogados. Inclinações partidárias prejudicam a classe”, avalia.
Dever de casa - A pré-candidata é a favor de eleições diretas para a OAB para que haja democracia na escolha do presidente nacional. “Hoje, os presidentes que vão formar chapa do conselho federal são escolhidos agora, mas só vai acontecer eleição em fevereiro do ano que vem. Então, são os presidentes de agora que dão assinatura em favor de um outro candidato. Acho que isso deve mudar com urgência”, opina Magrini.
Para Magrini, a OAB, que sempre se pronunciou a favor da democracia nos processos de outras instituições, tem que “fazer o dever de casa”. “Tem que dar transparência nas contas da OAB. Outra questão, é dar celeridade nos processos éticos, assim como pede celeridade em outras instituições. Tudo isso para que a OAB volte a estar na vanguarda”, detalha.
Igualdade - Outra pauta defendida pela pré-candidata é a representatividade das mulheres. Ela lembra que nestas próximas eleições 50% da chapa terá que ser composta por mulheres.
“Pela primeira vez teremos paridade na chapa. Não preciso de uma norma me ditando o bom senso, por isso na outra vez em que fui candidata tive 50% de mulheres na titularidade e na suplência. Agora, isso se tornou uma regra”, comenta Magrini, lembrando das eleições de 2018.
Magrini também é membro da Fèderation Internationale des Femmes des Carrières Juridiques, além de pós-graduanda em Direito das Mulheres. Ela já foi secretária geral da OAB-MS, de 2010 a 2012, e diretora-presidente da Escola Superior de Advocacia (ESA/MS), em 2013. A advogada foi membro da Comissão de Estudos do Projeto CPC da OAB/MS e da CEPEJUS (Centro de Pesquisas e Estudos Jurídicos de Mato Grosso do Sul).