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Capital

Prefeito alega falta de dinheiro e professores mantêm greve na Capital

Michel Faustino e Filipe Prado | 05/11/2014 19:04
Sem garantias, professores irão manter greve. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Sem garantias, professores irão manter greve. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Alegando falta de dinheiro, o prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (PP), não levou adiante a proposta de pagar o reajuste de 8,46% retroativo ao mês de outubro na folha deste mês, e sem “garantia”, os professores da rede municipal de ensino decidiram que irão manter a paralisação na Capital.

Durante a tarde desta quarta-feira (5), Olarte esteve reunido com representantes da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública). Ele recuou da proposta feita durante a manhã  de pagar o reajuste de 8,46% retroativo ao mês de outubro na folha deste mês, que será depositada no dia 1º de dezembro deste ano. O prefeito alegou não ter recursos em caixa para pagar o reajuste.

Segundo o presidente da ACP, Geraldo Alves Gonçalves, os representantes saíram frustrados da tentativa de negociação com Olarte. Segundo ele, o prefeito “modificou tudo que havia dito de manhã”.

“Durante a manhã tivemos uma conversa com ele por telefone e eles nos garantiu que iria viabilizar o pagamento retroativo a outubro para sair já em dezembro, mas quando chegamos lá pra conversar com ele a conversa foi outra. Ele disse que iria pagar só quando tivesse dinheiro, e não nos deu nenhuma garantir”, disse.

Na reunião, Olarte chegou a pedir o voto de confiança dos professores e afirmou que está em busca de recursos afim de solucionar o impasse. Segundo o prefeito, cerca de R$ 50 milhões de outorga onerosa estão sendo negociados junto a Águas Guariroba, que poderiam ser utilizados para viabilizar o reajuste. Olarte disse ainda que está negociante junto ao Banco do Brasil um aporte no mesmo valor, R$ 50 milhões, que poderão ser utilizados para "quitar" a pendencia.

Na segunda-feira, os docentes aprovaram a greve porque o prefeito pretendia pagar o reajuste de 8,46% só neste mês. Eles exigiram o aumento em outubro, conforme consta da lei municipal aprovada em 2012.

Com a decisão, os 94 mil estudantes da Rede Municipal de Ensino só deverão ficar sem aulas amanhã, quando acontece a assembleia geral da categoria. A paralisação poderia comprometer o ano letivo a menos de um mês do fim do ano letivo na Capital.

Olarte recorreu a antecipação do pagamento da outorga da concessão da águas pela concessionária Águas Guariroba para pagar o reajuste, que terá impacto mensal de R$ 3,3 milhões.

Com a decisão, o piso para o professor da rede pública será de R$ 1.697 para jornada de 20 horas. Este piso nacional é para a jornada de 40 horas.

Manifestações – No primeiro dia de paralisação, às 9h, os professores pretendem cobrar a Câmara Municipal por um posicionamento sobre o tema. “Foram eles que aprovaram a lei e vamos cobrar para que cobrem o prefeito”, ressaltou Geraldo.

Já para sexta-feira, os profissionais pretendem realizar, às 9h, caminhada da sede da ACP até o Paço Municipal, além de se reunirem em nova assembleia a partir das 14h.

Reajuste – A categoria cobra o reajuste de 8,46%, que vai elevar a remuneração por 20 horas ao piso nacional. De acordo com a ACP, a remuneração inicial vai passar de R$ 1.564 para R$ 1.697 (100% do piso nacional). Já quem está acima na estrutura de carreira terá o salário aumentado de R$ 2.347 para R$ 2.546.

Olarte havia dito ao Campo Grande News que era preciso ter equilíbrio para pagar os professores e não fazer promessas que não poderia cumprir. “Hoje somente a diferença do reajuste dos professores representa R$ 18 milhões entre pagamentos, 13º e férias até janeiro. Vamos cumprir a lei, mas é preciso equilíbrio para manter também a máquina pública funcionando. Não adianta falar que vai pagar e no dia de depositar faltar dinheiro”, disse Olarte

O reajuste para os professores terá impacto de R$ 3,3 milhões na folha de pagamento, ampliando o comprometimento da prefeitura com gastos de pessoal de 48,7% para 49,21%.

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