Prefeito muda forma de pagar férias e 13º de 4 mil professores convocados
Cerca de 4 mil professores convocados da Reme (Rede Municipal de Ensino de Campo Grande) foram surpreendidos na noite de ontem (07) com a suspensão do pagamento do 13º e das férias, que até então era feito mensalmente . A justificativa é de que a prefeitura atingiu o limite prudencial de gasto com a folha e o pagamento deverá ser feito somente no término do contrato.
Segundo o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, o sindicato foi procurado por centenas de convocados, que relataram a situação, a qual o sindicalista entende ser um “duro golpe”.
“Há mais de dez anos é feito dessa forma. O contrato que é firmado junto ao município estabelece o pagamento fracionado das férias e do 13º, e os professores se programam financeiramente com base nisso, fazem compromissos. Agora, de uma hora para outra a prefeitura decide cortar isso sem oficiar ninguém”, disse.
Um dos convocados, que não quis se identificar, relatou ao Campo Grande News, que com a suspensão dos pagamentos, em alguns casos, a redução no salário pode chegar a até R$ 1,2 mil. O professor com pós-graduação, que atua em dois turnos, chega a ganhar cerca de R$ 5 mil com os incrementos.
“É um absurdo. Ontem a noite fui abrir meu holerite e constatei que havia esse desconto de cerca de R$ 1 mil e quando fui ver vi que não tinha o incremento do 13º e férias. Tudo isso foi feito sem avisar ninguém, queremos saber o porque disso. Até porque trabalhamos por esse salário e agora como vamos fazer. Tem muita gente que conta com isso”, lamentou.
Por outro lado, o secretário municipal de Administração e atualmente interino na Educação, Wilson do Prado, diz que a suspensão é decorrente das dificuldades financeiras enfrentadas neste momento pelo município. No entanto, ele afirma que os professores convocados irão receber ao término do contrato, que encerra em junho deste ano.
“Existe o decreto que prevê o pagamento parcelado, mas também podemos pagar isso ao final. Portanto, afirmo que não houve um corte no pagamento e sim uma suspensão ou adiamento em virtude da situação que estamos vivendo. Todo mundo irá receber normalmente ao final do contrato”, esclarece.
O secretário ressalta ainda que diante da queda na receita e transferências constitucionais, teve de cortar R$ 301 milhões do orçamento de 2015, contingenciamento que atingiu principalmente os gastos com pessoal (R$ 218,8 milhões) e o custeio (R$ 48 milhões).