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Capital

Prefeitura “escapa” do lockdown, após acordo para decreto com novas medidas

Novas regras devem ser publicadas em decreto pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), nesta terça-feira (11)

Adriano Fernandes | 10/08/2020 21:37
Reunião de conciliação realizada no fóruma de Campo Grande, nesta noite. (Foto: TJMS) 
Reunião de conciliação realizada no fóruma de Campo Grande, nesta noite. (Foto: TJMS)

Prefeitura e Defensoria Pública chegaram ao consenso de não adotar o lockdown em Campo Grande, sob a condição de estabelecer novas medidas restritivas a partir de agora. No decorrer desta segunda-feira (10), o juiz responsável pela ação Ariovaldo Nantes Correa e os representantes das partes envolvidas no processo, foram ver de perto a situação dos hospitais públicos e particulares que atendem vítimas da covid-19 na Capital.

Após a inspeção, já por volta das 18h30 todos se reuniram no Fórum da Capital para mais uma nova tentativa de conciliação. Foram pouco mais de duas horas de reunião até que a prefeitura, entidades do comércio e defensoria, decidiram que não vai ter lockdown, contanto que o município endureça ainda mais as regras de isolamento.

Prefeito reunido com os representantes de cada parte do processo, no Hospital da Cassems. (Foto: TJMS) 
Prefeito reunido com os representantes de cada parte do processo, no Hospital da Cassems. (Foto: TJMS)

As medidas ainda não foram divulgadas, mas à reportagem o procurador-geral do Município Alexandre Ávalo adiantou que serão intensificadas as blitze, que são focadas em coibir embriaguez ao volante, reduzir acidentes e assim evitar sobrecarga nos hospitais.

Ainda conforme o procurador o horário de funcionamento do comércio, também será mantido até no máximo 21h. "A prefeitura sustentou com dados técnicos, que não seria necessário e nem adequado para o momento a adoção do lockdown. De que ele não traria resultados efetivos no combate a pandemia e ainda teria impacto negativo em toda a cadeia econômica", comentou Ávalo.

De acordo com a prefeitura até esta segunda-feira (10) a taxa global de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na Capital é de 90% nos hospitais públicos e 79% nos privados. Conforme apurado durante a inspeção, dos 252 leitos disponíveis nos hospitais do SUS, 226 estão ocupados. Entre os 305 leitos presentes nos particulares apenas em 240 há pacientes.

“Amanhã iremos nos reunir novamente para discutir o posicionamento de todos e achar um ponto comum sobre quais medidas serão adotadas. Buscamos o equilíbrio entre a saúde e a economia”, comentou. O encontro está marcado para às 10h30.

As novas regras devem ser publicadas em decreto do prefeito Marquinhos Trad (PSD) amanhã (11) e, possivelmente, passarão a valer já a partir de quarta-feira (12).

Lockdown - Na primeira tentativa de conciliação, ocorrida na sexta-feira (7) passada a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul havia apresentado varias alternativas para restringir a movimentação na cidade. Caso a taxa de ocupação de leitos fosse mantida entre 80 e 84%, por exemplo, academias, clubes, escolas e parques teriam de fechar.

Se a taxa fosse entre 85 e 89% por três dias consecutivos, o comércio varejista, igrejas, bares e restaurantes fechariam. Com a ocupação em 95% para mais, o transporte coletivo sofre restrições, construção civil e indústria também têm de parar.

A Defensoria Pública entrou com o pedido de lockdown na Justiça, diante do aumento diário no número de casos e mortes de covid-19, na Capital. Além da prefeitura, foram contra a medida, entidades como a ACICG (Associação Comercial de Campo Grande) e Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), dentre outras. O processo tramita na 1ªVara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, da Capital.

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