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Capital

Saidinha às compras derruba isolamento e reflexo na Capital deve vir em 14 dias

Com a véspera do Dia dos Pais e comemoração na final do Campeonato Paulista, teve bairro que não chegou a 20% de isolamento

Silvia Frias | 09/08/2020 09:09
Rua 14 de Julho, Centro de Campo Grande, lotada no sábado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Rua 14 de Julho, Centro de Campo Grande, lotada no sábado. (Foto: Henrique Kawaminami)

As taxas de isolamento mostram que não há o que segure a população de Campo Grande em casa. Com índice de 37,20% a cidade ficou em 4º lugar entre os piores índices do País no sábado (8), véspera do Dia dos Pais. O sistema registrou bairro com adesão de apenas 19,20% ao isolamento social, menor que em dia útil.

Ontem, reportagem do Campo Grande News mostrou o centro da cidade lotado, sob a justificativa de falta de tempo durante a semana para compra do presente do Dia dos Pais. Os pesquisadores mostram que datas comemorativas têm atrapalhado o combate à doença. Aglomerações de 1º de maio, Dia do Trabalhador, e de 10 de maio, Dia das Mães fizeram disparar as confirmações da doença na Capital.

Ontem, durante live da Secretaria Estadual de Saúde, o secretário Geraldo Resende advertiu que as compras e as festas familiares deste fim de semana terão reflexo em 14 dias, tempo de evolução dos sintomas da covid-19.

Para complicar ainda mais o quadro, a final do Campeonato Paulista, colocou muitos torcedores nas ruas no sábado, principalmente, no fim da tarde, com muita aglomeração e fogos na periferia da Capital.

A data coincide com o indicativo de pico da doença, conforme levantamento de pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Desde abril, essas projeções apontam dia 21 de agosto como o que terá um dos piores números nesta pandemia.

O sistema de monitoramento adotado pelo governo do Estado indica que Campo Grande ficou em 19ª entre as cidades de Mato Grosso do Sul.

Maus exemplos - Os bairros com os piores índices foram North Park (19,20%), Moreninha (21,40%), Carandá Bosque (23,70%), Tiradentes (23,90%) e Maria Aparecida Pedrossian (24,60%). As melhores taxas ficaram com os bairros Nova Campo Grande (60%), Chácara do Lageado (57,70%), Vila Nascente (56,60%), Jardim Monumento (55%) e Itanhangá (54,50%).

Os melhores índices foram registrados em Santa Rita do Pardo (58,30%), Caracol (55,60%) e Juti (51,60%). Os piores ficaram com Pedro Gomes e Porto Murtinho (28%) e Batayporã (29,50%)

Entre as capitais, Campo Grande ficou na 4ª pior posição, à frente apenas de São Luís (37,16%), Palmas (36,80%) e Goiânia (36,15%). A melhor posição no ranking ficou com Teresina (48,60%).

Desde que o índice de isolamento passou a ser acompanhado, em março, Campo Grande raramente alcançou o percentual considerado minimamente satisfatório pela OMS (Organização Mundial de Saúde), de 50% a 60%. A partir de 60% a 70% é parâmetro considerado ideal pelas autoridades sanitárias.

No domingo que integrou o primeiro período de “mini lockdown” em Campo Grande, em 19 de julho, a cidade registrou taxa de isolamento de 49,30%, melhora em relação ao resultado de sábado (18), que foi de 43%, mas apenas 3 pontos percentuais maior que no domingo anterior. Mas no ranking nacional, a cidade teve números bem melhores, ficou em 15º entre as capitais do Brasil;

A taxa de isolamento é medida a partir de distanciamento de 400 metros a partir da “central” da pessoa, estabelecido pelo tempo de permanência de 48h no ponto. Os dados são da coordenadoria do Sistema de Informação e Conteúdo do governo estadual.

Centro de Campo Grande lotado, ontem (Foto: Henrique Kawaminami)
Centro de Campo Grande lotado, ontem (Foto: Henrique Kawaminami)


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