Prefeitura lança projeto de alfabetização voltado aos idosos
O programa esta previsto para iniciar no ano letivo de 2024, de acordo com a SDHU
Na tarde desta sexta-feira (1°), foi realizado o lançamento do programa "Letramento Faz a Diferença" em Campo Grande, que tem o objetivo de alfabetizar a população idosa da Capital. O evento ocorreu no Centro de Convivência de Idosos Vovó Ziza, localizado na Rua Joaquim Murtinho, no bairro Tiradentes.
De acordo com o coordenador de defesa da pessoa idosa da SDHU (Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos), Sid Pinho Barbosa Júnior, o programa terá início no ano letivo de 2024, alinhando-se com o calendário escolar das instituições municipais.
Sid também ressaltou que o programa pretende implementar o que já está previsto em lei para garantir a educação das pessoas idosas, especialmente aquelas que enfrentam a falta de letramento ou o analfabetismo.
"A gente não está propondo uma lei. Estamos tentando implementar o que já está previsto em uma lei, que garante a educação a pessoa idosa, especialmente as que têm falta de letramento ou é analfabeta. Em palestras e reuniões, nós identificamos que existe essa demanda pelo letramento", explica Sid.
A prefeita Adriane Lopes (PP) também esteve no evento e ressaltou que a iniciativa é um passo importante para melhorar a qualidade de vida e a inclusão social dos idosos da cidade. “Estamos implementando novas ações, trazendo novas possibilidade para os idosos de Campo Grande. Hoje estamos implementando o programa, que pretende fortalecer a alfabetização da população idosa”, comenta.
Oportunidade - Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos cerca de 20 mil idosos que residem em Campo Grande, entre 30% e 40% enfrentam o desafio do analfabetismo.
De acordo com Sid, o programa "Letramento Faz a Diferença" é uma resposta às necessidades educacionais de uma parte significativa da população idosa de Campo Grande. “Se a pessoa não tem oportunidade de ter o letramento na idade adequada, naturalmente, com o chegar da idade, ele vai deixando de lado. Mas é necessário ter esse conhecimento, por causa dos avanços tecnológicos”.
Uma das interessadas é dona de casa Maria do Carmo Barros Santos, de 70 anos, que explica que tem expectativa de voltar a estudar. "Ano que vem quero fazer parte desse programa. Vai ser bom aprender e escrever. Porque quando eu era menina, meu pai não deixou eu estudar", explica.
Interessada no programa de alfabetização, Maria do Carmo explica que já fez o EJA (Educação de Jovens e Adultos), mas que há três anos está sem estudar. "Eu fui me virando sozinha, aprendi bastante coisa com uma professora que dava aula em casa. Só que ela ficou doente e faleceu. Depois fui para o EJA, mas faz uns três anos que parei. Era difícil não saber nada, até para pegar um ônibus. Agora, depois de estudar por um tempo, eu sei ir e vir em um ônibus".
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