Prefeitura nega pedido para realizar exame em quem recebeu vacina com atraso
Complexidade da resposta imune em cada organismo foi uma das justificativas para a negativa
Com base em notas técnicas e argumentos de entidades que são autoridade em relação ao acompanhamento da covid-19 e sua imunização, a Prefeitura de Campo Grande negou pedido do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para que testes de eficácia imunológica fossem feitos em quem recebeu a Coronavac com atraso.
Resposta enviada ao tribunal sustenta que Ministério da Saúde, que é o órgão que coordena a vacinação no Brasil, assim como a Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) e a AMB (Associação Médica Brasileira) não recomendam tal testagem por ser muito “complexa” e indica que o PNI (Plano Nacional de Imunização), até o momento, não orientou estados e municípios a realizarem a sorologia.
Usando argumento da AMB, a prefeitura informou ao TCE que “tendo em vista que a imunidade celular é difícil de se mensurar e avaliar fora do âmbito de laboratórios de pesquisa (...) nem todos os anticorpos são detectados por métodos comercialmente disponíveis”.
Trecho ressalta ainda que “o processo de produção de anticorpos e a subsequente neutralização do antígeno varia entre indivíduos”.
Outro aspecto levado em conta e que justificou a negativa da gestão municipal ao tribunal foi nota da Sbim de 23 de março deste ano que sustenta que “a complexidade da imunidade pós-vacinal, ou mesmo após doença natural, não corrobora a realização de testes, pois os resultados não traduzem a situação individual de proteção”.
A prefeitura reiterou também que diante dessa complexidade imune, não há testes definitivos que concluam se há ou não imunidade adequada à determinada doença, mas informa que o pedido do TCE foi encaminhado tanto à SES (Secretaria de Estado de Saúde) quanto ao ministério para que seja emitida alguma orientação geral sobre como proceder nessas situações.
O município ainda sustentou que todas as vacinas já aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se mostraram eficazes na prevenção à covid-19 e às suas formas graves e são a saída para que a sociedade volte à normalidade.