Prefeitura rompe contratos e vai incluir recapeamento em tapa-buracos
Secretário de Infraestrutura prevê gastar 9,4% a mais neste ano com a manutenção das vias na Capital
Todos os contratos de tapa-buraco serão cancelados pela Prefeitura de Campo Grande, após denúncias de irregularidades e polêmica com repercussão nacional. No entanto, nenhuma empresa será excluída e os novos contratos serão mais onerosos ao poder público, porque vão incluir recapeamento das vias.
O rompimento, determinado pelo prefeito Gilmar Olarte (PP), ocorre no momento em que vereadores aguardam relatórios sobre a execução do serviço desde 2010.
O secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtermir Alves de Brito, explicou que a alteração ocorre para garantir mais “qualidade e durabilidade” do serviço, além de estabelecer critérios para sua execução. Ele descarta qualquer ligação com a possibilidade da oposição instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a operação tapa-buracos. Os vereadores recolheram oito de dez assinaturas necessárias, após a divulgação de vídeos em que operários realizam operação para tapar buracos inexistentes.
“Vamos cancelar todos os contratos e abrir uma nova modalidade com recapeamento. É uma evolução natural das coisas para aperfeiçoar e alterar termos contratuais”, resumiu, ao não descartar que equipes próprias da secretaria poderão manter ações consideradas emergenciais.
Na semana passada, o secretário solicitou mais prazo aos vereadores para encaminhar contratos, valores e relatórios de fiscalização sobre tapa-buracos no período de 2010 a 2015. Os documentos, que podem somar mais de 30 mil páginas, estão sendo digitalizados e seriam “contratos remanescentes de administrações anteriores”.
Prévia dos dados, encaminhada a Câmara Municipal, apontou existência de 34 contratos de tapa-buraco em execução. O investimento, de R$ 91.426.124,21, seria dividido entre as empresas Wala, Eneparv, Pavitec, Diferencial, Asfaltec, Anfer, Usimix, Selco, Gradual, Santa Cruz, LD, Proteco, Bodoquena e M.Arnaldo.
Em orçamento previsto para este ano o investimento em recuperação de pavimento deve somar R$ 137 milhões. No entanto, o secretário prevê um gasto 9,4% maior, R$ 150 milhões.
Recapeamento – Uma das primeiras vias, conforme Valtemir Brito, a ser recapeada será a Avenida Manoel da Costa Lima. A licitação está prevista para iniciar na próxima semana e, caso não enfrente problemas no processo, as obras podem iniciar em 45 dias.
Ainda pendentes estão o término de licitações para recapeamento de corredores de ônibus nas regiões Sudoeste, Sul e Norte de Campo Grande.
Os trechos contemplam as Avenida Marechal Deodoro, Bandeirantes, Rua Guia Lopes e Brilhante,
Avenida Gury Marques, Costa e Silva , Rui Barbosa e 13 de Maio, além da Rua Bahia, Coronel Antonino, Cônsul Assaf Trad, Alegrete, Antônio Maria Coelho e Mato Grosso.