Prefeitura vai atrasar kits escolares pela 2ª vez e pais se desesperam
A três semanas do início das aulas na Reme (Rede Municipal de Ensino) da Capital, os kits escolares ainda não foram licitados e irão atrasar pelo segundo ano consecutivo. Pais e alunos, que passaram pela mesma situação no ano passado, devem enfrentar o problema mais uma vez e encaram o atraso com preocupação e até desespero.
Exigências em itens como a capa da borracha branca e o apontador fizeram com que o pregão fosse adiado e relançado no dia 8 de janeiro. As empresas vão apresentar as propostas no dia 20 deste mês. Só a análise pode levar 45 dias. O processo também pode atrasar se houver questionamentos administrativos ou judiciais. O investimento previsto é de R$ 4,7 milhões.
Sendo assim, o início das aulas, marcado para o dia 5 de fevereiro será mais uma vez sem os kits. Em relação ao preço do ano passado, houve aumento de 77,5%, serão comprados 89,5 mil kits. Em 2013, foram gastos R$ 2,6 milhões,
Alheios aos números e prazos de licitações, os mais interessados nos kits se mostram surpresos com a notícia do atraso. A pintora de obras, Inslaine Conceição Ferreira de Moraes, que hoje está desempregada, tem dois filhos e terá que tirar dinheiro do bolso para comprar o kit.
“Na verdade tudo demora, o uniforme e o material. Mas não sabia que ia atrasar mais uma vez, agora vou ter que fazer de tudo para comprar pelo menos um caderno, um lápis, uma borracha e uma caneta. Tudo para minha filha não perder o dia escolar”, afirma a mulher que lembra ainda que o valor fará falta no orçamento da família.
A aposentada Amélia Oliveira de Araújo, 72 anos, ajuda na criação de três netos que têm idades entre 8 e 12 anos. Ela afirma que os pais terão que comprar alguns itens até que o material chegue nas escolas. “Os pais vão ter que dar um jeito e comprar, fazer o quê? Até a ajuda da Prefeitura chegar a gente vai ter que se virar”, completa.
Outra que terá de adequar o orçamento para comprar material escolar até a chegada dos kits da Prefeitura é a dona de casa Lídia Barbosa Careno, de 43 anos. Ela tem dois filhos de 6 e 13 anos.A moradora do bairro Aero Rancho explica que o atraso do ano passado foi tão grande que os kits só chegaram nas férias do meio do ano.
“É muito ruim porque a gente contava com os materiais e agora vamos ter que tirar dinheiro de outras coisas. Minha sorte é que tenho alguns materiais do ano passado e vamos usar”, completa.