Presa por vender bebida a menores, dona de bar diz ser vítima de armadilha
Por telefone, a dona do Barfly disse, que os adolescentes bêbados estavam fora do bar quando a equipe policial chegou
A proprietária do Barfly, Maria de Fátima Menas, presa em operação das policias civil e militar na madrugada de sábado (9) por vender bebida alcoólica a adolescentes, afirma que foi vítima de uma armadilha. “Não foi operação. Foi armadilha”.
Ela e o gerente do estabelecimento, Otávio Ronda Diniz, 45 anos, deixaram a prisão na tarde de ontem (10) após fiança arbitrada para cada um no valor de R$ 4.990 - equivalente a 5 salários mínimos. A decisão foi da juíza Denise de Barros Dodero Rodrigues.
Por telefone, Maria de Fátima contou à reportagem, que os adolescentes flagrados consumindo bebida alcoólica estavam fora do bar quando a equipe policial chegou. “Os policiais fizeram todo mundo entrar no estabelecimento para fazer a batida. “Tem muita gente que fica lá fora vendendo bebida alcoólica. Aqui no bar, não vendemos para menores ”. Ela afirma ainda que no dia da operação, a entrada era de R$ 20 e havia duas festas de aniversário no bar. Não tinha menor aqui dentro. Só tinha uma adolescente acompanhada pelo o pai na festa de aniversário. “Ela não consumiu bebida alcoólica”, explica.
Conforme Maria de Fátima, ela só foi presa porque bateu boca uma semana antes com um policial militar que foi até o local por causa de som alto. “Eles vieram aqui querendo que a gente abaixasse o som. Eu bati de frente e disse que não abaixaria, pois tenho todos os alvarás de funcionamento. Eu disse, então, para a polícia tirar as pessoas que ficam em frente ao bar bebendo e ouvindo som alto. Mas eles disseram que não era de responsabilidade deles”, desabafa.
Dona de casa de noturna há 26 anos, Maria de Fátima conta que é quase impossível evitar a entrada de adolescente no local. Eles falsificam a identidade. Agora, contratei um segurança que usa caneta com laser para identificar se o documento é falso. Ela reclama que está sendo vítima de perseguição. “Pegaram o Barfly como bode expiatório”, reclama.
Conforme a empresária, icâmera de segurança do estabelecimento prova que os adolescentes não estavam no local. "As imagens serão apresentadas à polícia", afirma. Durante a operação no local, a aparelhagem de som também foi apreendida porque o volume ultrapassou os decibéis permitidos, de acordo com a aferição realizada pela Polícia Militar Ambiental.
Operação - A operação flagrou a situação irregular no Barfly e no antigo Bagdá, localizado na Mata do Segredo. No último, além dos jovens alcoolizados, também foram encontrados papelotes de drogas no chão. Segundo a delegada Marília Brito, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), no último local, ninguém foi preso.
A proprietária e o gerente do Fly foram enquadrados no artigo 243 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que trata da venda ou fornecimento gratuito de bebidas a crianças ou adolescentes. A pena nesse caso é de detenção de dois a quatro anos e multa. Na abordagem dos dois estabelecimentos, por amostragem, sete adolescentes foram levados à polícia e submetidos a teste de alcoolemia, atestando o uso de bebida alcoólica. Eles foram liberados após contato com os pais.
Além das polícias, a operação contou com equipes do Conselho Tutelar e da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).