Preso há 72h: Fahd Jamil recebe visita, roupas e fica a salvo do PCC no Garras
“Tô bem seguro, bem seguro mesmo”, disse durante audiência de custódia
Preso desde segunda-feira, quando se entregou à operação Omertà, Fahd Jamil Georges, 79 anos, mais conhecido como Rei da Fronteira, segue preso no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), onde se sente seguro em relação às ameaças da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele recebeu a visita de uma filha, que trouxe roupas e pertences pessoais.
Nesta quinta-feira (dia 22), a defesa e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) devem apresentar os quesitos que serão respondidos pelo perito, que vai avaliar as condições de saúde de Fahd. O advogado Gustavo Badaró solicitou prisão domiciliar para o preso, que faz tratamento com oxigênio suplementar por falta de capacidade dos pulmões.
A perícia deve ser realizada dentro dos próximos cinco dias. “Se, nesse prazo, não for realizada a perícia, nosso pedido de prisão domiciliar poderá ser reapreciado pelo juiz. A defesa irá apresentar os quesitos e aguardar o prazo”, informou o advogado.
Por decisão do juiz da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, o Rei da Fronteira, segue preso no Garras, onde a segurança foi reforçada. Ele é o único preso no local e dorme em colchão levado pela família.
O diretor-presidente da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul), Aud de Oliveira Chaves, afirma que a agência ainda não foi consultada sobre vaga para o interno. “Assim que chegar solicitação, vamos analisar”.
A ameaça que diz sofrer do PCC pode ser um complicador para eventual transferência ao sistema penitenciário. No Estado, grande parcela dos presos são da facção e, em alguns casos, nem o sistema sabe, já que não declaram ou não tem atividade faccionada identificada pelo serviço de inteligência.
“Tô bem seguro, bem seguro mesmo”, disse Fahd Jamil durante audiência de custódia sobre a prisão no Garras. Ele contou sofrer ameaças do PCC em Ponta Porã, que faz fronteira com Pedro Juan Caballero (Paraguai). “O PCC está andando atrás de mim em Ponta Porã”.
Fahd Jamil é réu por organização criminosa, tráfico de arma de fogo, obstrução de Justiça, corrupção e homicídio. Ele estava foragido desde 18 de junho do ano passado, quando teve prisão preventiva decretada na operação Omertà. O filho dele, Flávio Jamil Georges, segue foragido.