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Capital

Presos descobrem "pontos cegos" de bloqueadores e continuam com celular

Secretaria assume falha no bloqueio de sinal de celular e aposta na prevenção

Luana Rodrigues | 28/09/2015 08:55
Quase 80 aparelhos foram recolhidos da Máxima num único dia de pente-fino em junho. (Foto: Arquivo/ Marcos Ermínio)
Quase 80 aparelhos foram recolhidos da Máxima num único dia de pente-fino em junho. (Foto: Arquivo/ Marcos Ermínio)

Além de não funcionar em determinados pontos, os bloqueadores de sinal de telefonia móvel também são danificados pelos presos, o que facilita a utilização dos aparelhos dentro das penitenciárias de Mato Grosso do Sul. A instalação do sistema foi no ano passado.

Na ocasião, foi divulgado que se tratava de uma tecnologia de ponta. Já o custo total não foi revelado. Em 14 de outubro de 2013, o Diário Oficial do Estado publicou um contrato de R$ 326,9 mil relativo à instalação elétrica para implantação do sistema de bloqueadores.

Conforme o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Silvio Maluf, o governo ficou na expectativa da aprovação da lei que obrigava as operadoras a bloquearem os sinais nas regiões dos presídios, mas ela não foi aprovada, sendo assim, continua atuando na prevenção da entrada dos aparelhos, já que o sistema é falho e ainda não há previsão para ser substituído.

"Tem pontos 'cegos', que interferem nas ligações, mas não bloqueiam. Os presos descobrem esses pontos e acabam utilizando os aparelhos", reconhece o secretário.

Além disso, segundo Maluf, por diversas vezes os detentos danificaram os aparelhos de bloqueio instalados dentro do presídio. "Os bloqueadores não ficam em locais de fácil acesso, já colocamos até na caixa d'água, mas eles encontram e danificam", explicou. O secretário frisa que sempre que algum aparelho é danificado, segue para manutenção imediatamente.

Prevenção X ineficácia do sistema- O Campo Grande News já denunciou a ineficácia dos aparelhos em junho deste ano, já que meses antes internos divulgaram vídeos de rebelião gravados com celular.

A ineficácia do sistema foi denunciada pelo Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul). “Os bloqueadores não funcionam. O tipo de tecnologia é ultrapassado ou não é eficiente. Tem pontos 'cegos'. Interfere na ligação, mas não bloqueiam sinal de internet”, afirma o presidente do sindicato, André Luiz Garcia Santiago.

Quase 80 aparelhos foram recolhidos da Máxima num único dia de pente-fino, e é nessa medida que o Governo "aposta". "Temos atuado de forma efetiva, no sentido de impedir a entrada dos aparelhos nas unidades prisionais, bem como na retirada, por meio de vistorias rotineiras pelos agentes penitenciários, dos celulares que por ventura chegam às mãos dos custodiados, atmbém existe um grupo de inteligência fazendo estudos específicos nisso", afirmou Maluf. 

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