Presos tinham celulares e até vendiam drogas dentro da Máxima da Capital
Os presos da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande ameaçaram, na manhã desta segunda-feira, iniciar uma rebelião e foram contidos pela intervenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Agentes penitenciários encontraram telefones celulares e acabaram, durante vistoria, com a venda de drogas dentro do estabelecimento penal.
Conforme o Sindicato dos Agentes Penitenciários, os presos ameaçavam iniciar um motim por causa da transferência de um dos presos envolvidos na morte do agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, 44 anos, ocorrida no início da manhã do dia 11 deste mês. Um dos presos, que teria ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e com o homicídio, pode ser transferido, o que levou ao início do motim.
O Batalhão de Choque negou a suposta rebelião e que a vistoria realizada hoje estava prevista. No entanto, os militares precisaram usar bomba de gás de efeito moral para conter os presos durante a vistoria na manhã desta segunda-feira. O estrondo reforçou a onda de boatos, iniciada ontem, de que haveria uma rebelião na penitenciária da Capital.
Na manhã de hoje, os presos receberam a comida e se recusaram a deixar as celas, ameaçando início de motim. A intervenção dos agentes e do Batalhão de Choque acabou com a ameaça de motim.
Segundo o sindicato, foram recolhidos 79 telefones celulares em poder dos presos, sendo que 56 estavam jogados no pátio. Também foram apreendidos 55 carregadores, 60 chips, 4 cabos de UBS, dois cartões de memória e quatro fones de ouvido.
No entanto, o que espanta que os internos comercializavam droga dentro do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, onde estão mais de 2,1 mil presos. Eles tinham até balança de precisão para vender o entorpecente. Durante a vistoria, os agentes encontram 121 gramas de cocaína, 294 gramas de pasta base, 1,3 quilo de maconha e 640 gramas de drogas não identificadas.
Este balanço é de apenas um pavilhão. A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) não divulgou o balanço da operação.
Na tarde de hoje, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, André Luiz Santiago, vai pedir o apoio do MPE (Ministério Público Estadual) para elevar o efetivo no presídio. Na Máxima, por exemplo, são 10 agentes para cuidar dos cerca de 2,1 mil internos.