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Capital

Prisão de ex-secretário para depor ‘não tem dedo’ de Olarte, diz defesa

Procurador de carreira e ex-chefe da pasta de Planejamento e Finanças da Prefeitura, André Scaff foi preso na manhã de hoje, junto com a mulher

Anahi Zurutuza | 20/09/2016 19:04
André Scaff, quando prestou depoimento em maio, na primeira fase da Operação Midas, do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
André Scaff, quando prestou depoimento em maio, na primeira fase da Operação Midas, do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Equipe do Gaeco cumpriu mandado de busca no escritório de Scaff na manhã de hoje (Foto: Richelieu de Carlo)
Equipe do Gaeco cumpriu mandado de busca no escritório de Scaff na manhã de hoje (Foto: Richelieu de Carlo)

Embora o procurador da Câmara Municipal, André Luiz Scaff, tenha sido preso por suspeita de ter recebido propina quando era secretário de Planejamento, Finanças e Controle durante a gestão de Gilmar Olarte (Pros), o ex-prefeito não colaborou com as investigações da Operação Midas. Ao menos é o que garante a defesa do ex-chefe do Executivo municipal.

Olarte, que está atrás das grades desde o dia 15 de agosto, por força de outra operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) – a Pecúnia –, sequer foi chamado para depor sobre as “transações” suspeitas feita por Scaff, segundo o advogado Jail Benites de Azambuja. 

Ao ser questionado mais uma vez se o ex-prefeito teria feito delação premiada, o defensor negou veementemente. “De forma alguma. Nunca houve nenhuma tratativa do Gilmar, nem da parte do Gaeco neste sentido”.

Azambuja garantiu ainda que a liberdade de Olarte não depende da colaboração dele com o Gaeco. “É uma questão dentro do processo [da Operação Pecúncia], porque essa prisão não tem justificativa. A investigação já terminou, já foi oferecida denúncia”, destacou.

O advogado completou que pedido de liberdade que havia sido feito ao desembargador Luiz Claudio Bonassini, agora será apreciado pelo Juízo de 1º Grau, uma vez que a ação que resultou na prisão do ex-chefe do Executivo municipal caiu de instância depois da renúncia dele, no dia 8 deste mês.

Procurador ao deixar o prédio da Câmara em 19 de maio deste ano, quando houve ‘batida’ do Gaeco no local (Foto: Direto das ruas)
Procurador ao deixar o prédio da Câmara em 19 de maio deste ano, quando houve ‘batida’ do Gaeco no local (Foto: Direto das ruas)
Scaff durante uma das audiências da CPI do Calote (Foto: Arquivo)
Scaff durante uma das audiências da CPI do Calote (Foto: Arquivo)

Midas – O procurador e a mulher dele, Karine Ribeiro Mauro Scaff, foram presos, no início da manhã desta terça-feira (18). Os dois são investigados na Operação Midas, que apura os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

Scaff é o principal alvo da força-tarefa, que já está em sua segunda fase. Ele é suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões, para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a prefeitura, no período em que foi secretário de finanças, na gestão Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.

Na primeira etapa da operação foi realizada em maio deste ano, quando Scaff prestou depoimento ao Gaeco na Depac (Delegacia de Pronto Atedimento Comunitário) do Centro. Informações apuradas pelo Campo Grande News na época indicavam que a evolução patrimonial dele nos últimos 12 anos estava sendo investigada.

Histórico - Servidor concursado desde março de 1985, na Câmara Municipal, André Scaff fazia o papel de coordenador-geral de apoio jurídico, conforme consta no Portal da Transparência do Legislativo. Ele atuava na assistência jurídica das sessões e atuou também no apoio à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote, que culminou na cassação do então prefeito Alcides Bernal (PP) e, por consequência, a tomada de comando da Prefeitura de Campo Grande por Olarte.

Como secretário de Finanças, em agosto do ano passado, último mês que ficou no cargo, uma vez que Bernal reassumiu a prefeitura no dia 27 de agosto de 2015, Scaff recebeu R$ 13.836,49, mostra o Portal da Transparência do município.

Defesa - O advogado do procurador, José Wanderley, saiu por volta das 8h30 da sede do Gaeco e confirmou que seu cliente prestava depoimento, mas negou que a condução tenha sido coercitiva – quando o acusado é levado a depor. “Ainda estamos tomando conhecimento do motivo”.

À tarde, a equipe de defesa de Scaff voltou ao local. Antônio Ferreira, que se identificou como um dos advogados do preso, disse que estava no local para buscar uma cópia da intimação e não quis falar mais detalhes sobre o caso.

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