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Capital

Procurado pela polícia, suspeito nega em carta assassinato de "Mega"

Rapaz enviou carta ao pai, que chegou a ser preso por suspeita de envolvimento, mas conseguiu liberdade

Por Dayene Paz e Antonio Bispo | 08/11/2023 10:56
Carta enviada por Rafael ao pai, Nivaldo, nesta terça-feira. (Foto: Direto das Ruas)
Carta enviada por Rafael ao pai, Nivaldo, nesta terça-feira. (Foto: Direto das Ruas)

Procurado pela polícia, Rafael Valdonado de Souza, 27 anos, enviou uma carta ao pai, em que nega o assassinato de Erick Luciano Santos Lopes, de 22 anos, conhecido como "Mega", no dia 1º de novembro, no Bairro Danúbio Azul, em Campo Grande. O pai, Nivaldo Benjamim de Souza, 55 anos, e o outro filho, Gabriel Valdonado de Souza, 25, chegaram a ser presos por suspeita de envolvimento, mas conseguiram liberdade provisória.

À reportagem do Campo Grande News, Nivaldo deu outra versão e negou envolvimento no crime. Naquele dia, diz que encontrou o filho Gabriel bastante machucado no quintal de casa. "Ele falou que havia sido agredido. Falei que levaria ele no médico, mas ele não quis", lembra.

Foi então que Rafael pediu emprestado o carro do pai, um Peugeot, e saiu de casa. Ele retornou pouco tempo depois e devolveu o veículo. "Vi que o Gabriel ainda estava mal e decidi levá-lo no posto do Nova Bahia. Depois de algum tempo, minha esposa ligou dizendo que tinha quatro camburões da polícia lá em frente de casa", conta. "Não estou devendo nada, pede para eles virem para cá", disse Nivaldo para a esposa.

A Polícia Militar chegou em cerca de 15 minutos. "Se eu quisesse fugir, eu tinha fugido nesse tempo, mas fiquei esperando. Eles chegaram dando voz de prisão e dizendo que a gente tinha matado", lembra. Na ocasião, Rafael não foi encontrado, mas o pai e o irmão Gabriel acabaram presos.

Entrada da casa onde Mega foi assassinado, no Bairro Danúbio Azul (Foto: Marcos Maluf)
Entrada da casa onde Mega foi assassinado, no Bairro Danúbio Azul (Foto: Marcos Maluf)

Carta - Nesta terça-feira (7), Nivaldo afirma que recebeu uma carta de Rafael, com orientação de levá-la a um advogado porque o filho pretende se entregar. No texto digitalizado, ele fala brevemente sobre os fatos e nega ter sido a pessoa que efetuou o tiro contra "Mega".

Segundo a carta, naquele dia Rafael viu o irmão chegar muito machucado em casa. "Quase desmaiando, todo ensanguentado, ele mal conseguia falar, disse que três caras quase mataram ele a paulada". Rafael conta que foi atrás dos autores da agressão, mas não encontrou ninguém. Então, voltou para casa. "Meu pai ligou para o Corpo de Bombeiros para levar o Gabriel ao médico, mas o Gabriel se recusou a ir", detalha no texto.

Rafael diz que pegou o carro do pai emprestado, saiu e retornou minutos depois. Na sequência, saiu a pé. "Encontrei um cara e expliquei para ele a covardia que fizeram com meu irmão. Então resolvemos ir lá para conversar, saber o que realmente houve", diz.

Ao chegar no endereço onde Mega estava, Rafael disse que recebeu ameaças. "Disse para eu sair fora 'senão vamos quebrar vocês dois como fizemos com o seu irmão'". Foi quando, segundo a carta, Mega fez menção de levantar. "Eu não estava armado, nem fui lá com intenção de matar ninguém, mas não sabia que o cara que foi comigo estava e sacou a arma e atirou", detalha. "Então cada um correu para um lado", completa.

Segundo Nivaldo, o comparsa que Rafael se refere na carta se trata de um rapaz que o filho conheceu quando cumpria pena na Unei (Unidade Educacional de Internação). O pai conta que o filho pretende se entregar à polícia.

Nivaldo e Gabriel passaram por audiência de custódia e foram soltos com uso de tornozeleira eletrônica.

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