Projeto milionário trava e juiz ordena obras emergenciais no rio Anhanduí
No ano passado, chegou a ser lançado edital prevendo R$ 60 milhões em obras
Asfixiado pelo assoreamento e cercado pela erosão, o rio Anhanduí, principal curso de água de Campo Grande, terá que receber obras emergenciais no seu entorno dentro de 90 dias. A liminar contra a prefeitura é do juiz a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Marcelo Ivo de Oliveira.
Em maio de 2015, chegou a ser lançado um edital prevendo R$ 60 milhões em obras nos 7,5 quilômetros da avenida Ernesto Geisel, entre Salgado Filho e Campestre, num total de cinco lotes.
Na ação civil pública ambiental, o MPE (Ministério Público) pediu obras nos três lotes considerados mais críticos: 1, 2 e 3. O primeiro vai da rua Santa Adélia até a Abolição. O segundo se estende da Abolição a Bom Sucesso. E o terceiro trecho parte da Bom Sucesso à rua Aquário.
Conforme a decisão, deverão ser feitas escavações para remoção do sedimento que está depositado no leito do rio, de acordo com a dimensão do assoreamento; além da compactação da pavimentação asfáltica atingida pela erosão.
O rio recebe as águas das bacias dos córregos Prosa e Segredo. Ao longo dos anos, os problemas se acumulam em assoreamento do leito, destruição dos barrancos, degradação ambiental e destruição do asfalto (engolido pela erosão).
Ainda segundo o MPE, a obra não sai do papel e o Poder Executivo responde com uma série de justificativas, como problemas na licitação, reajuste de projetos, cronograma descumprido, reavaliação e problemas orçamentários. O juiz marcou audiência de conciliação para 20 de fevereiro.
Publicada em 19 de maio de 2015, a concorrência 010/2015 previa obras de R$ 60.442.354,96. Os valores tinham a seguinte distribuição: lote 1 (R$ 9.865.229,07), lote 2 (R$ 16.776.177,94), lote 3 (R$ 11.061.264,98), lote 4 (R$ 17.700.686,89) e lote 5 (R$ 5.038.994,08).
De Norte a Sul – A Ernesto Geisel, também chamada de Norte/Sul, é cenário de enchentes e acidentes graves. No dia 13 de novembro, três pessoas morreram após o veículo em que estavam cair no rio Anhanduí.
No mês passado, a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) informou que o projeto para avenida tem recurso de R$ 49 milhões assegurados pelo governo federal, mas a prefeitura tem que dar R$ 25 milhões de contrapartida.