Quartos em Caps foram trancados para proteger pacientes em ataque
Acompanhantes relatam gritos e medo durante atentado contra enfermeiro que foi esfaqueado, supostamente, durante surto de paciente
Parentes e amigos de pacientes que recebiam atendimento no Caps (Centro de Assistência Psicossocial) do Aero Rancho na tarde desta quarta-feira (11) tomaram medidas para proteger outras pessoas na unidade durante o ataque a um enfermeiro na unidade. Em meio a gritos e o medo, eles relatam terem trancado quartos e avisado outras pessoas sobre o crime, que ocorreu entre as 15h30 e as 16h.
Identificado como Ubirajara Viana Ferreira, o enfermeiro foi ferido com três facadas por outra pessoa, até aqui identificada como um paciente em surto –que foi contido por guardas municipais após o atentado. A vítima foi encaminhada para a Santa Casa e, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sofreu ferimentos superficiais no braço, cabeça e abdome.
Uma mulher que foi ao local acompanhar a mãe, e que pediu para não ser identificada, disse não ter visto o ataque, ocorrido na sala da Assistência Social, porém, confirmou ter ouvidos barulhos e gritos de pedido de socorro. “Eu tentei ir na sala para ajudar, mas vi o rapaz com a faca na mão. Ele ainda me viu, aí saí correndo para trancar a porta do quarto onde estava minha mãe”, contou ela. Outras seis pacientes estavam no mesmo quarto.
A acompanhante disse, ainda, ter corrido para fora da unidade para avisar o irmão –que estava do lado de fora do Caps, que funciona em um prédio aos fundos do CRS (Centro Regional de Saúde) do Aero Rancho, na Avenida Raquel de Queiroz– para que ele “corresse para a rua”. Depois, ela conseguiu retornar ao quarto onde estava a mãe, avistando o enfermeiro caído e desacordado. Os ferimentos da vítima deixaram uma poça de sangue no chão da sala.
A testemunha relatou, ainda, não saber se o ataque partiu de um paciente em surto ou de uma pessoa de fora do local.
Uma segunda pessoa que estava no local, que também não quis se identificar e acompanhava uma amiga, disse que também estava em um quarto e, ao ouvir os barulhos, levantou correndo para trancar a porta. “Tentei olhar para fora e ver o que estava acontecendo e vi uma pessoa nervosa, mas não sei se ele era o autor”, resumiu.
A Guarda Civil Municipal conteve o agressor e, na sequência, a Polícia Militar foi ao local. Depois, a perícia da Polícia Civil foi acionada. O delegado Rafael Kenji disse aguardar o resultado dos trabalhos e a confecção do boletim de ocorrência antes de se manifestar.