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Capital

Quase um terço das casas de festa está irregular em Campo Grande

Paula Vitorino | 28/01/2013 13:49
Bombeiros durante fiscalização para o Carnaval do ano passado, que será repetida este ano, em meio a clima de preocupação após tragédia no RS. (Foto: Arquivo)
Bombeiros durante fiscalização para o Carnaval do ano passado, que será repetida este ano, em meio a clima de preocupação após tragédia no RS. (Foto: Arquivo)

Após a tragédia que matou 231 pessoas em incêndio de boate no Rio Grande do Sul, o risco iminente de acidentes em casas de show é uma preocupação nacional. Em Campo Grande, há motivos de fato para isso: quase um terço das casas de festa cadastradas junto ao Corpo de Bombeiros está irregular.

De 30 locais, 8 estão notificados por apresentar alguma irregularidade, de acordo com o comandante em exercício dos bombeiros, coronel Pereira dos Santos.

Os nomes dos estabelecimentos irregulares só serão divulgados nesta terça-feira (29), quando os bombeiros iniciam operação de fiscalização. Três equipes vão vistoriar todos os estabelecimentos, priorizando os locais irregulares. A previsão é de que nove casas de festa sejam vistoriadas amanhã. Esse tipo de vistoria costuma ser feito todo ano em época de Carnaval.

Os estabelecimentos (boates, casas de show, clubes e salões de festa) precisam cumprir todas as medidas de segurança exigidas em legislação estadual para obter o alvará de funcionamento, que garante que todas as normas de segurança estão em dia.

As exigências variam de acordo com a edificação e capacidade de público, mas alguns mecanismos são normas: saída de emergência, sinalização indicando a saída de emergência, extintores e iluminação de emergência.

O capitão dos bombeiros, Rafael de Andrade Farias, explica que todo local com aglomeração de público e mais de 100m² precisa apresentar um projeto, com os mecanismos de segurança. Como exemplo, uma boate de 500m², com capacidade para 1 mil pessoas, precisa ter saída de emergência com no mínimo 5,5 metros, que podem ser divididas entre mais de uma porta.

Real – Em conjunto com a fiscalização dos bombeiros, e até mais importante, está a consciência dos proprietários de casas de festa em garantir os mecanismos de prevenção contra incêndios e outras tragédias.

Em dezembro, pelo menos duas casas de show passaram por vistoriar para renovar o alvará: Hangar e Valley Acoustic. Os responsáveis pelos estabelecimentos garantiram que já cumpriam todas as medidas preventivas, mas que a preocupação aumento diante da tragédia.

“É claro que nunca passou pela cabeça que pudesse acontecer uma tragédia como essa. Mas a gente tem que ter essa preocupação por ser um local público, de circulação de pessoas, que a cada dia recebe novas pessoas e não da para prever o que vai acontecer”, diz o diretor de eventos do Hangar, Thiago Coutinho.

Ele afirmou que os diretores da casa devem se reunir para revisar os itens de segurança da casa e, havendo necessidade, melhorar os mecanismos.

“Passamos por reforma recentemente, então, está tudo novo, mas é sempre bom garantir que esteja tudo em ordem para o funcionamento”, diz.

Na Valley Acoustic, o material utilizado na construção e a decoração detalhada com estilo sertanejo exigem mais cuidados. A gerente Cristina Silva diz que produto anti-chamas é passado regularmente na estrutura de madeira, decoração e cortinas do local. A recomendação foi repassada pelos bombeiros.

Os seguranças possuem rádio para se comunicarem – uma das falhas apontadas no incêndio da boate Kiss, já que os seguranças da entrada não sabiam do incêndio no interior e inicialmente tentaram impedir a saída do público.

A gerente diz que a casa também não permite apresentações com materiais que produzam faíscas. Vela com efeitos que era popularmente utilizada para “sinalizar” os aniversariantes na casa foi abolida em meados do ano passado. A gerente diz que o motivo foi por motivo de custo, mas a segurança também considerada.

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