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Capital

Quem matou Carla quis dar "recado", indicam circunstâncias do assassinato

Forma de matar, a degola ou esgorjamento, como foi no caso de Carla, costuma ser usada por facções criminosas

Anahi Zurutuza e Marta Ferreira | 04/07/2020 13:01
Policiais e peritos trabalhando no local onde corpo de Carla foi encontrado no início da manhã de ontem (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Policiais e peritos trabalhando no local onde corpo de Carla foi encontrado no início da manhã de ontem (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Embora o feminicídio tenha sido uma das hipóteses levantadas na investigação sobre o assassinato de Carla Santana de Magalhães, de 25 anos, as características do crime levam a polícia para outra linha de apuração. Segundo fontes ouvidas pelo Campo Grande News, aparentemente quem matou a jovem deixou o corpo perto da casa dela como uma espécie de "recado", método que não é típico de crimes cometidos por ódio ou passionais.

A forma de matar, a degola ou esgorjamento, como foi no caso de Carla, costuma ser usada por facções criminosas, nos chamados “tribunais do crime”. A jovem sofreu um profundo corte e a suspeita é que tenha havido tentativa de cortar a cabeça, mas os assassinos acabaram não concluindo o intento.

Facções costumam sumir com os cadávares e esse é outro ponto de interrogação neste caso. Também é  intrigante o fato de a jovem não ter ficha criminal e até onde se sabe, qualquer envolvimento com organizações do tipo nem histórico de consumo de drogas.

O Campo Grande News apurou também que havia sinais de que vítima foi submetida a tortura. O laudo sobre a morte da jovem vai indicar se houve violência sexual.

Até agora, a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), responsável pelas investigações, não se pronunciou sobre as pistas já identificadas. Já foi tomado o depoimento de testemunhas, mas ainda não se fala em suspeitos.

Nesta tarde, o delegado Carlos Delano informou por mensagem em grupo de WhatsApp para o envio de informações para a imprensa que não vai antecipar informações sobre suspeitos ou a linha de investigação. "A divulgação precoce dessas informações pode comprometer a eficiência do trabalho", afirmou.

A investigação jornalística chegou a essas informações, porém, conversando com quem lida com o exame de corpos e apuração de crimes de homicídio das mais diversas características.

No dia do achado do cadáver, o pai da jovem chegou a citar acreditar em vingança. O trabalho policial caminha para algo desse tipo, mas ainda sem detalhamento.

Desaparecimento e morte - Quem matou a jovem Carla fez isso no mesmo dia em que ela gritou por socorro, por volta das 19h de terça-feira (30), disse estar sendo "roubada" e não foi mais localizada. O Campo Grande News já havia apurado e divulgado que as condições nas quais o corpo da vítima foi achado, na manhã de ontem (3), na Rua Nova Tiradentes, indicam a morte há mais de dois dias.

Para o esgorjamento, corte profundo no pescoço, o assassino usou instrumento cortante e produziu ferimento atingindo veias essenciais para a circulação sanguínea. Carla perdeu muito sangue antes de morrer, sugere a forma usada pelo matador. Fica claro, também, que o assassinato foi cometido em outro lugar e o corpo levado para onde foi encontrado.

O cadáver foi abandonado, nu, na calçada de um comércio na mesma rua onde morava no Bairro Tiradentes. Não havia marcas de sangramento aparente no lugar.

(Matéria editada às 15h20 para acréscimo de informalção)

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