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Capital

Rejeitado em presídio, Nando consegue transferência à Capital durante júri

Decisão foi tomada durante o 1º júri, de um total de 13, sobre assassinatos e ocultações de cadáveres em um cemitério particular, no Bairro Danúbio Azul

Danielle Valentim e Bruna Kaspary | 29/06/2018 10:49
Nando durante sessão de julgamento por videoconferência. (Foto: Saul Schramm)
Nando durante sessão de julgamento por videoconferência. (Foto: Saul Schramm)

Começou nesta sexta-feira (29), o primeiro júri, de um total de 13, sobre os assassinatos e ocultações de cadáveres em um “cemitério particular”, em Campo Grande, que chocaram o Brasil. Os crimes teriam sido praticados por Luiz Alves Martins Filho, o Nando, e comparsas, como forma de “julgamento”. A maioria das vítimas era adolescente. Durante a sessão de julgamento, a defesa de Nando conseguiu provar a rejeição do réu, na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e o serial killer deve retornar à Campo Grande.

Na sessão de hoje, Nando e Jean Marlon Dias Domingues, de 21 anos, são julgados por homicídio doloso por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa vítima, além da ocultação de cadáver da vítima “Café” ou “Neguinho”, que até hoje não foi identificado. Um terceiro comparsa da morte será julgado em agosto. Michel não está presente no tribunal, porque as vésperas do julgamento o advogado renunciou como havia conflito nas defesas, o defensor que atua por Jean e Nando não pôde assumir o caso.

Nando confessou o crime na delegacia após sua prisão, mas agora nega a autoria e indica Vasco, como o cabeça dos assassinatos em série.

“Eu era amante do Vasco e ele me contava onde enterrava as pessoas, quando estava bêbado ou drogado. Por isso, eu sabia onde elas estavam, enterradas. O Vasco falou para eu não caguetar ele, ele ameaçava minha família. Eu confessei o crime porque fui torturado e colocaram até sacolinha na minha cabeça”

O réu utiliza bolsa de colostomia e reclama da rejeição por parte dos colegas de cela. Atualmente, o preso está isolado devido a uma tuberculose que se recusa a tratar. “No presídio, em Dourados, estou sendo discriminado por causa da bolsa de colostomia. Eles falam para eu sair da cela e quando me tiram falam que é para eu dizer que não quero voltar. Em Campo Grande tem condições de eu ficar isolado, na ala G, perto da minha família. “Ontem queriam me tirar do isolamento, porque achavam que eu estava tomando remédio, mas eu tô jogando tudo fora”, disse.

Para conseguir a transferência para Campo Grande, Luiz ameaçou fazer greve de fome. Mas durante julgamento, o juiz autorizou o retorno.

Nando pontua que por diversa vezes se relacionou com Jean, mas o réu nega. (Foto: Saul Schramm)
Nando pontua que por diversa vezes se relacionou com Jean, mas o réu nega. (Foto: Saul Schramm)
Jean chora durante júri. (Foto: Saul Schramm)
Jean chora durante júri. (Foto: Saul Schramm)

Sobre a morte de “Café” ou “Neguinho” – Essa vítima até hoje não foi identificada, porque não tinha família e vivia pelas ruas do Bairro Danúbio Azul. Durante o julgamento, Nando alegou ter confessado a autoria da morte porque foi torturado na delegacia.

“Colocaram até sacolinha na minha cabeça cheguei a desmaiar e por isso achei melhor confessar. Não teria coragem de matar ninguém. Tenho quatro irmãos e minha mãe assassinada. Se eu tivesse que matar alguém seria por vingança, eu sei todo mundo que matou minha família e nunca fui atrás deles. Eu conhecia o café só de vista, vi uns três ou quatro dias no bairro”, disse.

Nesta manhã, Jean também é julgado pelo crime. Em depoimento também alegou tortura na delegacia e afirma ter confessado por não aguentar apanhar. “Fiquei 45 dias preso na delegacia e foram todos os dias de tortura”, disse.

Nando pontua que por diversa vezes se relacionou com Jean, mas o réu nega. Ele fala que se conheciam desde pequeno, mas que nunca teve nenhum relacionamento, além da amizade.

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