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Capital

Com tuberculose e preso, Nando será julgado por videoconferência na sexta

Nando se recusa a realizar o tratamento da doença no presídio de Dourados, onde está detido.

Adriano Fernandes | 28/06/2018 19:44
Nando durante uma das oitivas do inquérito policial. (Foto: Arquivo)
Nando durante uma das oitivas do inquérito policial. (Foto: Arquivo)

Nesta sexta-feira (29) acontece o primeiro de treze julgamentos ao qual Luiz Alves Martins Filho, o “Nando”, será submetido, devido a uma série de assassinatos cometidos por ele e comparsas, na região Jardim Veraneio, em Campo Grande. Por ser tuberculoso e ter se negado a realizar tratamento da doença na prisão, o julgamento será realizado por videoconferência, para que não haja risco de contágio dos envolvidos no júri.

Nando está preso no PED (Presídio Estadual de Dourados). O caso que a será julgado amanhã é sobre a morte de “Café” ou “Neguinho”, cujo o corpo, não identificado, foi encontrado no fim de 2016, quando investigações da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) expôs o esquema e prendeu Nando e outras nove pessoas.

Jean Marlon Dias Domingues e Michael Henrique Vilela Vieira, também participaram do crime, segundo a justiça. Mas, por falta de defesa, o julgamento de Michael, foi desmembrado e deve ser reagendada uma nova data para o julgamento em Plenário do Júri.

Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), assim como as outras vítimas de Nando, “Café” foi atraído para o Jardim Veraneio, estrangulado com uma corda, agredido com golpes de chave de fenda e esfaqueado. Depois de morto, ele foi enterrado de ponta cabeça em um covas no ‘cemitério clandestino’.

“Café” devia R$ 170 a Nando e por isso teve a morte decretada pelo serial killer. Jean Marlon Dias Domingues e Michael Henrique Vilela Vieira, também participaram do crime. O primeiro suspeito seria o autor das facadas e teria aceitado matar a vítima depois de se envolver em uma briga com ela. A dupla está presa no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

A audiência de amanhã está marcada para às 08h, na 2ª Vara do Tribunal do Júri do Fórum de Campo Grande.

Serial Killer

A investigação envolvendo o grupo chefiado por Nando começou após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, o 'Leleco', assassinado em vingança pela morte de um dos desaparecidos atribuídos ao suspeito no Danúbio Azul. Segundo a polícia, as vítimas eram atraídas para o Jardim Veraneio, estranguladas e enterradas de ponta cabeça em covas no cemitério clandestino no local.

Nando é investigado pela participação em pelo menos 12 mortes, mas ele também já foi condenado a 29 anos, 10 meses e 10 dias, além de mil dias-multa, por tráfico de drogas e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente.

Isso porque as investigações policiais apontaram que Nando seguia jovens pelo Bairro Danúbio Azul, oferecendo drogas em troca de programas sexuais. As vítimas foram identificadas como Jhennifer Lima das Silva, Café, Alemão, Flávio Soares Correia, Bruno Santos da Silva, Ana Cláudia Marques, LessandroValdonado de Souza, Alex da Silva dos Santos, Eduardo Dias Lima, Jhennifer Luana Lopes, Daniel Oliveira Barros e Ariel Fernando Garcia Lima Teixeira.

Ainda conforme as investigações, o grupo agiu na por pelo menos 4 anos na região. Eles aliciavam sexualmente adolescentes, se aproveitando das condições de miséria das vítimas, em troca de drogas e ainda se intitulam ‘justiceiros’ afirmando que as mortes aconteciam para ‘vingar’ roubos e furtos na região.

Em fevereiro deste ano, um laudo psiquiátrico, assinado pelo médico psiquiatra Rodrigo Abdo, diagnosticou Nando com transtorno da personalidade dissocial grave e transtorno da personalidade paranoica grave, ou seja, psicopatia grave. O laudo, defendeu que o réu era inteiramente capaz de entender o caráter criminoso de cada caso, e por isso deveria continuar “afastado da sociedade”.

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