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Capital

Réus por matar dono de boate negam crime e culpam parceiro inocentado em 2022

Eles confessaram ter torturado Ronaldo Nepomuceno, mas alegam que parceiro inocentado matou a vítima

Por Natália Olliver e Antonio Bispo | 19/03/2024 12:25
Acusados pelo homicídio de Ronaldo Napomuceno Novaes, dono de boate na Capital (Foto: Henrique Kawaminami)
Acusados pelo homicídio de Ronaldo Napomuceno Novaes, dono de boate na Capital (Foto: Henrique Kawaminami)

Igor Figueiró, de 21 anos, Marcelo Augusto da Costa Lima, 21, e Almiro Cassio Nunes Orgeda Queiroz Neto, de 25, foram ouvidos na manhã desta terça-feira (19) pelo assassinato de Ronaldo Nepomuceno Novaes, de 48 anos, em 2020. Eles confessaram ter torturado o dono da boate, mas culparam o parceiro Kelvin Dinderson dos Santos, de 29 anos, pelos golpes que mataram Ronaldo.

Kelvin era um dos acusados, mas foi inocentado pelo crime em setembro de 2022. Ronaldo foi morto no dia 12 de setembro. O corpo foi encontrado com diversos ferimentos na cabeça e parcialmente carbonizado ao lado da caminhonete, que também foi incendiada, na Cachoeira do Ceuzinho, em Campo Grande. Quem presidia o julgamento foi Carlos Alberto Garcete, quando o júri começou não havia nenhum familiar da vítima, apenas dos acusados.

Durante depoimento, Almiro contou que o Ronaldo era uma pessoa muito perigosa e tentou matar Kelvin, que na data do crime o dono da boate estava torturando o parceiro no interior do estabelecimento, agredindo com socos, chutes, choques e golpes de faca. O motivo seria um possível roubo cometido pelo jovem dias antes.

Carro onde Ronaldo foi carbonizado após ser assassinado. (Foto: Arquivo | Campo Grande News)
Carro onde Ronaldo foi carbonizado após ser assassinado. (Foto: Arquivo | Campo Grande News)

Os acusados falaram que no dia 12 de setembro de 2020, dia da morte de Ronaldo, os três [Almiro, Igor e Marcelo] estavam em um local conhecido como Chacrinha, que fica do outro lado da rua da boate e Ronaldo teria chegado ao local e debochado da esposa de Kelvin. Eles alegam que o empresário falava em matar tanto Kelvin quanto os outros três, que todos eles eram usuários de drogas e que Ronaldo não gostava deles.

Eles também acrescentam que ele sempre andava armado, era uma pessoa com envolvimento com facção e estava ameaçando levar os três para o tribunal do crime.

Segundo os réus, enquanto estavam na Chacrinha, Ronaldo contou que Kelvin estava sendo torturado, e Marcelo e Almiro foram até lá para fazer o resgate. Posteriormente, levaram o colega para o zona rural onde estavam.

Diante da situação, Almiro e Marcelo, com medo de Ronaldo, decidiram tirar a vida dele antes que ele matasse eles. Nessa Chacrinha, passaram a agredir a vítima com vários socos na cabeça até que ele desmaiou. Depois, ele foi amordaçado e colocado no interior da própria caminhonete.

Os homens afirmam que Igor e a esposa deixaram o local e não participaram das agressões e do homicídio. Segundo os acusados, Igor apenas buscou o trio na região do Detran, depois que já haviam colocado fogo no veículo.

Igor, Marcelo e Almiro, acusados de matar dono de boate carbonizado em 2020 (Foto: Henrique Kawaminami)
Igor, Marcelo e Almiro, acusados de matar dono de boate carbonizado em 2020 (Foto: Henrique Kawaminami)

“Pelas ameaças, nós decidimos sim tirar a vida do Ronaldo, ele ameaçava a gente, principalmente a esposa e crianças do Kelvin. A gente decidiu ir até o Ceuzinho. Eu fui dirigindo, o Kelvin ficou no banco do passageiro e o Marcelo no banco de trás. No Ceuzinho, Kelvin passou a agredir o Ronaldo com pedradas no pescoço, pegou uma garrafa de vidro quebrada, golpeou também na região do pescoço da vítima”, disse Almiro.

Tanto ele quanto Marcelo negaram ter agredido a vítima até a morte e afirmaram que quem cometeu todas as agressões mais graves foi o Kelvin. O júri está acontecendo desde as 9h e deve continuar ao longo da tarde.

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