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Capital

Samu diz que até milionário “está fú...” se ficar doente em Campo Grande

Lidiane Kober | 07/08/2013 17:04
Coordenador do Samu desabafou via Facebook
Coordenador do Samu desabafou via Facebook

Em meio ao caos na saúde em Campo Grande, o coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Luiz Antonio Tonhão, fez um desabafo, na noite de terça-feira (6), em sua página pessoal do Facebook. Ele disse que não há vagas no setor de emergência da rede privada e pública da Capital, nem mesmo em caso de “piripaque do governador” André Puccinelli (PMDB). A situação estaria tão complicada, que ele afirmou que se alguém “precisar de respirador, está fú...”.

“Amigos, não fiquem doentes de precisar de hospital; hoje a coisa tá feia de um jeito que se o governador, o presidente da Assembleia ou algum milionário tiver um piripaque que venha a precisar de respirador, ele tá fú... Não há como colocar nem a foto do paciente nos hospitais, nem na rede pública, nem na rede particular”, escreveu no facebook.

A situação se complicou desde a semana passada, quando o PAM (Pronto Atendimento Médico) do HU (Hospital Universitário) foi fechado pela Vigilância Sanitária por problemas estruturais. A instituição tem quatro leitos emergenciais, mas abriga até 60 pacientes nos corredores.

No total, Campo Grande, que beira a 800 mil habitantes, tem “apertado” 150 vagas emergenciais. Na terça-feira, a superlotação era tanta que foi necessário buscar socorro no Hospital de Aquidauana, que abriu cinco vagas. Na data, 26 pacientes de ortopedia estavam deitados nos corredores da Santa Casa.

O HR (Hospital Regional) de Campo Grande, por sua vez, abriga 22 pessoas em leitos emergenciais, mas, na manhã desta quarta-feira (7), 80 pacientes disputavam atendimento no local.

Diante da superlotação, a estratégia é deixar o máximo possível os pacientes nos postos de saúde da Capital. Somente os casos graves estão sendo encaminhados aos hospitais.

Ontem, após aguardar 12 horas por atendimento emergencial, uma senhora morreu na Santa Casa por problemas cardíacos. Na semana passada, outros dois pacientes foram a óbito nos postos de saúde por causa da falta de vagas nos hospitais.

Nesta quarta, a Prefeitura de Campo Grande acionou a Justiça para pedir a abertura imediata do PAM do HU. “O relatório da vigilância é exatamente igual ao apresentado em 2011 e nada foi feito. Nenhuma atitude foi tomada e se o PAM não foi fechado antes, não poderia ser fechado agora”, afirmou o procurador-geral do município, Luiz Carlos Santini

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