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Capital

Sargento executado já foi preso no Paraguai ao lado de pistoleiro “Betão”

Ângela Kempfer | 11/06/2018 15:28
Betão, Vladenilson e Ilson, em foto divulgada pelo site Amambay Haora, em 2008.
Betão, Vladenilson e Ilson, em foto divulgada pelo site Amambay Haora, em 2008.

O sargento reformado da Polícia Militar, Ilson Martins de Figueiredo, executado na manhã de hoje em Campo Grande, tem histórico conturbado, inclusive, com prisão no Paraguai, há exatamente 10 anos, por envolvimento com o pistoleiro Aparecido Roberto Nogueira, conhecido como Betão, assassinado em 2016.

Em junho de 2008, Betão era foragido da Justiça Brasileira, condenado a 20 anos de prisão, quando foi capturado por policiais paraguaios em uma casa em Pedro Juan Caballero, ao lado de Ilson e do policial civil Vladenilson Daniel Olmedo.

No imóvel onde os 3 estavam, também foram apreendidas 2 pistolas, 4 revólveres, 2 rifles, 3 fuzis, coletes à prova de balas, além de R$ 14,3 mil e US$ 430,00 em espécie. Betão acabou extraditado para o Brasil e os dois policiais foram liberados no dia seguinte, para responder em liberdade pelo processo na Justiça paraguaia por associação ao crime.

Na época, a Secretaria Nacional Anti-Drogas do Paraguai chegou à conclusão que Betão estava em Pedro Juan Caballero a mando do Comando Vermelho (CV), contratado para matar traficantes e policiais.

Em entrevistas aos jornais no momento da extradição, Betão alegou ser perseguido por policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e por membros do PCC, e que por isso andava armado, para defesa pessoal.

Seis anos depois, em 2016, o pistoleiro foi encontrado carbonizado em uma caminhonete Toyota Hilux no lixão de Bela Vista, a 322 km de Campo Grande. Junto com ele, também foi executado o policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva, 36.

Pelas execuções, duas pessoas foram presas. Os estudante Oscar Ferreira Leite Neto, o “Oscarzinho”, filho de um ex-vereador de Caracol, e Guilherme Gonçalves Barcelos, 31, que chegou a ser preso em um hotel, mas foi encontrado morto enforcado com uma calça jeans, em uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos e Resgate, Assaltos e Sequestros). Em março de 2017, Oscarzinho respondia ao processo em liberdade, quando também desapareceu no interior do Paraguai.

Ilson de Figueiredo assumiu como gerente da Segurança Legislativa da Assembleia, há cerca de 4 anos, e hoje foi executado quando seguia para o trabalho, na Avenida Guaicurus. O carro onde estava teve mais de 35 perfurações de fuzil AK47 e de carabina 556.

Já Vladenilson Daniel Olmedo se aposentou da Policia Civil, teve o beneficio cassado em novembro de 2008, recorreu e em 2015 teve a aposentadoria revalidada, com salário de cerca de R$ 9,349,00.

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