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Capital

Sargento responde por facilitar entrada de droga na Máxima e receber com PIX

Justiça também autorizou investigar se há mais policiais em esquema de propina e tráfico

Aline dos Santos | 30/08/2022 10:52
Corregedoria da Polícia Militar foi autorizada pela Justiça para abrir inquérito. (Foto: Henrique Kawaminami)
Corregedoria da Polícia Militar foi autorizada pela Justiça para abrir inquérito. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Justiça autorizou compartilhamento de provas para que a Corregedoria da PM (Polícia Militar) instaure inquérito e apure a participação de mais policiais militares nos crimes de associação ao tráfico, tráfico de drogas e corrupção passiva. Em especial, a investigação busca identificar quem seria o militar citado como “véio do interior”.

O esquema de facilitação de ingresso de drogas na Máxima de Campo Grande, presídio Jair Ferreira de Carvalho, foi alvo de operação em abril deste ano. Na ocasião, foi preso o terceiro sargento Aguinaldo Medina, que trabalhava no Batalhão de Guarda e Escolta.

De acordo com a denúncia do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o policial recebeu R$ 22.650 por meio de PIX repassado por pessoas ligadas ao sistema penitenciário. O período da quebra de sigilo bancário foi de 1º de dezembro de 2021 a 31 de janeiro de 2022.

O arremesso de drogas para dentro do presídio, no Jardim Noroeste, foi verificado após prisão de traficante em 7 de janeiro deste ano. Policiais militares apreenderam maconha enrolada em formato de bola. A explicação foi de que a droga era destinada aos presos e que pagou R$ 1 mil, por meio de PIX de terceiro, para Medina.

Nas alegações finais, anexada ao processo neste mês, a promotoria manteve a denúncia de que relatório fornecido pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com perícia em linha telefônica do réu, demonstrou cabalmente o envolvimento do sargento com o tráfico, que recebia propina para não apreender o entorpecente.

A denúncia é por corrupção passiva e por crimes da Lei do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas.

Na última quinta-feira (dia 25), o juiz da Auditoria Militar, Alexandre Antunes da Silva, deferiu o compartilhamento dos dados (áudios) extraídos do celular de Medina e abertura de IPM (Inquérito Policial Militar).

Aguinaldo ainda não apresentou as alegações finais e o magistrado deu prazo de três dias para anexação do documento. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.

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