Sargento responde por facilitar entrada de droga na Máxima e receber com PIX
Justiça também autorizou investigar se há mais policiais em esquema de propina e tráfico
A Justiça autorizou compartilhamento de provas para que a Corregedoria da PM (Polícia Militar) instaure inquérito e apure a participação de mais policiais militares nos crimes de associação ao tráfico, tráfico de drogas e corrupção passiva. Em especial, a investigação busca identificar quem seria o militar citado como “véio do interior”.
O esquema de facilitação de ingresso de drogas na Máxima de Campo Grande, presídio Jair Ferreira de Carvalho, foi alvo de operação em abril deste ano. Na ocasião, foi preso o terceiro sargento Aguinaldo Medina, que trabalhava no Batalhão de Guarda e Escolta.
De acordo com a denúncia do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o policial recebeu R$ 22.650 por meio de PIX repassado por pessoas ligadas ao sistema penitenciário. O período da quebra de sigilo bancário foi de 1º de dezembro de 2021 a 31 de janeiro de 2022.
O arremesso de drogas para dentro do presídio, no Jardim Noroeste, foi verificado após prisão de traficante em 7 de janeiro deste ano. Policiais militares apreenderam maconha enrolada em formato de bola. A explicação foi de que a droga era destinada aos presos e que pagou R$ 1 mil, por meio de PIX de terceiro, para Medina.
Nas alegações finais, anexada ao processo neste mês, a promotoria manteve a denúncia de que relatório fornecido pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com perícia em linha telefônica do réu, demonstrou cabalmente o envolvimento do sargento com o tráfico, que recebia propina para não apreender o entorpecente.
A denúncia é por corrupção passiva e por crimes da Lei do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas.
Na última quinta-feira (dia 25), o juiz da Auditoria Militar, Alexandre Antunes da Silva, deferiu o compartilhamento dos dados (áudios) extraídos do celular de Medina e abertura de IPM (Inquérito Policial Militar).
Aguinaldo ainda não apresentou as alegações finais e o magistrado deu prazo de três dias para anexação do documento. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.