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Capital

“Se precisasse, pela vida do meu filho, eu faria de novo”, diz pai que surtou

Homem quebrou computador após esperar 10 minutos para atendimento e alega que servidores usavam celular

Gabriela Couto | 22/02/2023 15:29

Um pai desesperado. Assim o serralheiro Eder Fernandes Aranda, 37 anos, tentou se descrever para contar a versão dele da briga que resultou em uma porta e um computador quebrados na noite desta terça-feira (21), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Moreninhas.

Segundo ele, o filho de 2 anos estava vomitando, com febre e diarreia, por volta das 19h. Morador do Bairro Paulo Coelho Machado, ele procurou socorro com a criança enrolada em uma toalha molhada.

“Ele estava queimando de febre. Passei na triagem e falaram que a ficha dele era verde, mesmo vendo a situação, pediram para esperar. Vi que enquanto isso os funcionários estavam no celular e rindo. Fecharam a porta na nossa cara”, justificou.

Após passar pela triagem, Eder ouviu de um outro pai que estava com o filho nas mesmas condições, aguardando atendimento há mais de 4h. Ele não esperou nem dez minutos e foi reclamar do serviço.

“Eu me injuriei mesmo. Quebrei um computador, já que não precisam desse instrumento para trabalhar. Só querem ficar dentro da sala, mexendo no celular, vendo Whats e Face. Aí na hora que aconteceu o fato, veio médico, enfermeiro, tudo para cima de mim, sendo que nem era para eles estarem na triagem”.

Ele afirma que o médico deu um tapa no peito dele, por isso ele revidou e empurrou o profissional. “Não ia deixar meu filho queimando de febre, morrendo. Fiz esse ato por causa que eu sou pai. Não estou arrependido. Se precisasse, pela vida do meu filho, eu faria de novo. O computador eu não vou pagar porque é do governo e meu imposto está sendo cobrado”, acrescentou.

Após a situação, o serralheiro filmou a população esperando atendimento. Ele ainda entrou dentro da sala de triagem e mostrou o corredor da unidade. Em seguida, o homem foi para a unidade do Bairro Universitário. O filho dele foi atendido, medicado e já está bem, em casa.

“Pra que fazem faculdade sendo que não recebem a população? Tem que ser competente no seu trabalho. Que fiquem só no atendimento particular. Não tem que fazer a população de trouxa. Vão atender as pessoas ricas, já que não querem atender os pobres. As testemunhas estão ao meu favor, porque estão brincando com a nossa cara. Que sejam humanos, não um bicho, um robô, um ambicioso. Acham que só porque fizeram faculdade e eu não, são melhores. Mas o dia que morrer, vamos ser enterrado no mesmo lugar. Eu tenho esperança que essa raça ambiciosa morra e vai direto para o inferno”, desabafou.

Resposta – Apesar de o homem negar que tenha feito isso antes, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirma ser a segunda vez em um mês que Eder provoca este tipo de confusão na unidade.

“Assim como na situação anterior, o homem dá entrada na unidade exigindo atendimento imediato. Aguarda menos de dez minutos e inicia a confusão, sendo que desta vez quebrou a porta da sala de triagem. Neste caso, não houve demora de atendimento. Lembrando ainda que nas unidades de urgência e emergência, que são as UPAs e CRSs, o atendimento é feito por classificação de risco e não por ordem de chegada. Pacientes mais graves são priorizados”, segundo nota da Sesau.

A assessoria de imprensa ainda explica a ausência de um segurança no local. “Naquele momento a unidade não contava com a presença de um guarda municipal, como é de costume, tendo sido necessário que um médico interviesse na situação, sendo ele agredido pelo pai do paciente. A polícia e guarda foram acionados, mas o homem evadiu antes da chegada das guarnições, o caso foi devidamente registrado e um boletim de ocorrência lavrado”, diz a nota.

Orientação – Sobre o descontentamento do uso do celular durante o serviço, a pasta ressalta que "o uso recreativo de qualquer tipo de dispositivo eletrônico durante o horário de expediente é proibido".

Os profissionais podem fazer o uso do celular para fazer consultas ou entrar em contato com suportes técnicos da secretaria, caso necessitem. Para reclamar, basta ligar na ouvidoria, pelo telefone (67) 3314-9955. O serviço funciona até às 22h. Ou basta relatar diretamente com a gerência da unidade de maneira presencial.

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