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Capital

Secretário entrega 'dossiê' à polícia e nega vacinação no Paço Municipal

Michel Faustino e Amanda Bogo | 21/06/2016 18:29
Secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, esteve na delegacia na tarde de hoje prestando depoimento. (Foto: Amanda Bogo)
Secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, esteve na delegacia na tarde de hoje prestando depoimento. (Foto: Amanda Bogo)

Documento com mais de 500 páginas contendo detalhamento sobre a campanha de imunização contra a gripe A (H1N1), em Campo Grande, foi a prova apresentada à Polícia Civil pelo secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, de que não houve sumiço de doses, tampouco suposta vacinação em massa no gabinete do prefeito Alcides Bernal (PP). Ele esteve na tarde desta terça-feira (21) na 1ª Delegacia de Polícia, onde foi ouvido pelo delegado Fabiano Nagata, responsável por investigar o caso.

Segundo o secretário, o 'dossiê', trata-se de um apanhado de documentos comprobatórios que detalham para onde foram encaminhadas cada uma das cerca de 190 mil doses da vacina recebidas pelo município até agora. “Esse documento é justamente para provar que não existem, nem mesmo, indícios de irregularidades”, comenta.

Ivandro voltou a negar que doses tenham sumido e que funcionários do primeiro escalão, secretários municipais e familiares, entre outras pessoas fora do grupo de risco, tenham sido vacinadas irregularmente no Paço Municipal. Ele lembrou ainda que uma sindicância foi instaurada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para apurar o caso.

“Nós queremos saber quem são os responsáveis por disseminar essa informação, de que sumiram vacinas. Reitero que nada disso aconteceu, tampouco pessoas foram imunizadas indevidamente. Espero que essas pessoas que disseram que houve esse tipo de prática apareçam e apresentem as provas. Reitero, não existe nenhuma comprovação que isso tenha ocorrido”, rebate. Conforme o secretário, o resultado da sindicância também será remetido à polícia como prova de que nenhuma irregularidade ocorreu.

De acordo com Ivandro, o documento entregue hoje à polícia será remetido para o MPE (Ministério Público Estadual), MPF (Ministério Público Federal) e PF (Policia Federal), onde denúncias semelhantes tramitam.

O delegado Fabiano Nagata afirmou que, a partir de agora, o documento apresentado pelo secretário deve passar por analise para posteriormente ser anexado ao inquérito. Conforme o delegado, por enquanto, ainda não é possível afirmar se existiu ou não alguma irregularidade quanto a vacinação em Campo Grande.

Depoimentos - A gerente Técnica do Serviço de Imunização da Sesau, Cássia Tiemi Kanoaka, e a assessora do prefeito, Márcia Scherer, foram ouvidas na terça-feira passada, 14. Cássia negou favorecimento e Márcia disse que não houve vacinação no gabinete e que a denúncia tem cunho político.

Nesta quarta-feira, 22, quatro enfermeiras prestarão depoimento na 1ª Delegacia de Polícia Cívil, segundo o delegado Nagata.

Denúncia - O jornalista Carlos Roberto Pereira, que registrou o boletim de ocorrência por peculato, no dia 03 de junho, alega ter provas e uma lista com 35 nomes de pessoas que teriam sido imunizadas no gabinete dia 18 de maio. Ele conta que no mesmo dia tentou imunizar a sobrinha, de 22 anos, que está em tratamento contra o câncer e por isso se enquadra no grupo prioritário, mas recebeu informação de que não haveria mais vacina na rede pública de saúde.

O inquérito para apurar a denúncia foi instaurado dia 07 de junho, quando Carlos prestou novo depoimento à polícia.Carlos também acionou os ministérios público Estadual e Federal. O caso é investigado, ainda, na CPI (Comissão Parlamentar de Investigação) da Câmara de Vereadores, que apura o sumiço de vacinas.

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