Seleta reconhece fraudes, mas diz não ter autonomia sobre recursos
Irregularidades incluía nepotismo cruzado e cargo a esposa
Alvo de investigação por situações irregulares em convênios com a Prefeitura, a Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária afirmou não ter autonomia sobre os recursos ou servidores municipais, embora seja responsável pelo convênio que administra 2.175 terceirizados, representando R$ 2.122.125,75 de custo mensal para os cofres municipais.
Apuração do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) apontou a existência de funcionários fantasmas, salários exorbitantes e diferentes para uma mesma função.
Segundo o presidente da entidade, Gilbraz Marques da Silva, assim que a entidade teve conhecimento das questões apontadas pela mídia apresentou para a Prefeitura “uma solução”, mas o presidente não deu mais detalhes de qual seria.
Os convênios mantidos entre o Executivo Municipal e a Seleta são referentes a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) e Semed (Secretaria Municipal de Educação).
Gilbraz afirmou que todos os funcionários que atuam nas duas pastas municipais são de “gestão operacional da Prefeitura de Campo Grande”. “A Seleta não tem autonomia de gestão sobre recursos ou servidores municipais, atendemos as demandas do convênio, mas, o caráter da necessidade da contratação é absolutamente do município”, disse.
O dirigente ainda afirmou que, se for constatado a falta de “integridade profissional” de algum servidor contratado pela Seleta, o caso será apurado e as providências cabíveis serão tomadas. No entato, o pedido do MPE é sobre o rompimento total dos convênios, solicitado desde 2011, por meio de TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) e uma recomendação, para a Prefeitura de Campo Grande; nenhum dos documentos foi atendido.
Segundo as investigações, as irregularidades nas contratações com a Seleta e a Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) incluiram nepotismo direto e cruzado das entidades.