Sem ambulância, família desembolsa R$ 1 mil por transporte de UPA para hospital
Paciente sofreu infarto e precisou de internação urgente, mas esperou mais de 24h por transporte para hospital
A autônoma Mariana Oliveira, de 26 anos, precisou desembolsar R$ 1.026 reais de “uma hora para outra” para não perder uma vaga de urgência na Santa Casa de Campo Grande destinada à mãe dela, de 69 anos, que sofreu infarto e precisava de internação imediata. De acordo com Mariana, foi justificado a ela que existem somente duas ambulâncias disponíveis para esse tipo de transporte na cidade.
“Minha mãe deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida na terça-feira (4) de manhã. Com pressão 21 por alguma coisa e falta de ar, nos falaram que ela estava com pneumonia”, relata Mariana.
“Porém, depois que começamos a questionar os enfermeiros e médicos, disseram que ela estava com um problema na veia do coração, que ela teria uma vaga na Santa Casa já garantida, e que a ambulância iria buscar ela e levar. Esperamos essa ambulância até quarta-feira meio-dia e nada”, detalha a filha da paciente.
Solução - Após mais de 24 horas de espera pelo veículo, um médico da UPA disse à família que “não tem (falta) ambulância na cidade para fazer o transporte, que Campo Grande só conta com duas ambulâncias para fazer o transporte de todos os pacientes da cidade. Que, se pudéssemos, era para pagar particular para levar ela para a Santa Casa porque não tinha previsão de ambulância”, detalha Mariana.
A família cogitou levar a paciente em carro particular até a Santa Casa, mas o pedido foi negado. Ainda de acordo com a filha, após a pressão da família, o médico e a equipe de saúde da UPA esclareceram que a paciente havia sofrido infarto e, por isso, não era possível transportar a idosa em carro convencional.
“Pagamos R$ 1.026 no transporte porque foi necessária uma ambulância intensiva, daquelas toda equipada com médico e socorrista porque poderia ter risco de infarto no transporte”, completa Mariana.
Outro lado - O Campo Grande News entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para obter retorno sobre a situação. Em nota, a secretaria afirmou que "o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Campo Grande opera com 12 viaturas operacionais que são empregadas no atendimento de vítimas de acidentes de trânsito, emergências clínicas e no transporte inter-hospitalar de pacientes. Em média, o serviço recebe 20 mil ligações e realiza 4 mil atendimentos dos mais variados níveis de complexidade por mês."
A nota continua dizendo que o serviço tem sofrido com a retenção de macas nos hospitais o que, por sua vez, inviabiliza o funcionamento das viaturas. "O Samu chegou a ficar em determinadas ocasiões com 10 viaturas presas. Desta forma, apenas duas viaturas ficaram disponíveis para atender todas as demandas. A Sesau tem mantido tratativas com os hospitais para evitar que esse tipo de situação continue ocorrendo", diz ainda a nota.
*Matéria editada às 17h15 para atualização de informação.