Sem conseguir vacina no PR, adolescente viaja 1.100 km para completar imunização
Emanuela Spieker, de 16 anos, é cardíaca e conseguiu primeira e segunda dose apenas em Campo Grande
“Estou tranquila, tanto por mim, quanto pelas outras pessoas que estou salvando me imunizando”. Aos 16 anos, a curitibana Emanuela Spieker viajou 1.100 quilômetros com a mãe para vir até Campo Grande e conseguir completar o calendário de vacinação, nesta quarta-feira (15). Em julho, a primeira etapa foi realizada também na Capital, já que Curitiba ainda não imunizava adolescentes com comorbidades.
Emocionada, Emanuela conta que se manteve isolada do mundo desde o início da pandemia. “Eu comecei a praticar patinação e precisei parar por conta da pandemia. Agora, estou mais tranquila, porque vou poder voltar para a escola também. Quando viemos da primeira vez, achei que era loucura”, disse.
Cardíaca, a adolescente passou por quatro cirurgias durante o decorrer da vida e, por isso, conseguiu se vacinar em Campo Grande, quando a prefeitura abriu imunização para adolescentes com comorbidades. Responsável por passar horas viajando até Mato Grosso do Sul, Fabiola de Paoli, de 48 anos, relata que a família segue pasma com toda a situação.
Viemos movidas pela fé. Não sabíamos se iríamos conseguir realmente vacinar minha filha em julho, mas fomos extremamente bem recebidas. Campo Grande foi a única cidade do país a nos receber", Fabiola conta.
Ainda de acordo com a mãe, antes de ficar sabendo sobre a possibilidade de conseguir a vacinação na Capital, a família estava se preparando para viajar até os Estados Unidos. “Eu ia fazer um empréstimo, porque a vida não tem preço, mas a madrinha dela encontrou uma matéria dizendo que Campo Grande iria receber qualquer adolescente com comorbidade”, disse.
Sobre o percurso, Fabiola explicou que a primeira viagem, feita em julho, foi de carro e mais de 14 horas foram gastas para chegar até aqui. Desta vez, as duas vieram até Campo Grande de avião.
Acompanhando a vacinação, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) disse que a Capital está aberta para todas as pessoas, sem restrições.