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Sem demanda, Exército desativa tendas para pacientes com dengue

Natalia Yahn | 04/04/2016 11:43
Maria Martins ficou surpresa com a informação do fechamento da tenda. Ela foi atendida na unidade instalada na UPA do Universitário durante dez dias. (Foto: Fernando Antunes)
Maria Martins ficou surpresa com a informação do fechamento da tenda. Ela foi atendida na unidade instalada na UPA do Universitário durante dez dias. (Foto: Fernando Antunes)
Ao todo seis tendas foram instaladas em duas UPAs e uma UBS. Apenas duas continuam em funcionamento e serão desativadas até sexta-feira (8), de acordo com o Exército. (Foto: Fernando Antunes)
Ao todo seis tendas foram instaladas em duas UPAs e uma UBS. Apenas duas continuam em funcionamento e serão desativadas até sexta-feira (8), de acordo com o Exército. (Foto: Fernando Antunes)

As tendas montadas pelo Exército em Campo Grande nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do Universitário e da Vila Almeida, para atender pacientes com dengue, serão desativadas até sexta-feira (8). Ao todo serão fechados mais dez leitos - cinco em cada uma das tendas - por conta da baixa demanda, já que os números de casos de dengue caíram na Capital.

Na semana passada três tendas - com um total de 15 leitos - já tinha sido desativadas, também por conta da queda do número de pacientes com dengue.

Em pouco menos de quatro meses de funcionamento os leitos emergenciais (que até a semana passada somavam 25) atenderam 4.706 pacientes, e nos locais também foram coletados 6.277 exames e 3.384 hemogramas.

Os módulos foram instalados no dia 10 de dezembro de 2015, mas só começaram a funcionar dez dias depois, após problemas técnicos para que os leitos pudessem receber pacientes, como a falta de ar condicionado. 

Ao todo foram disponibilizadas seis tendas nas UPAs do Universitário (3), Vila Almeida (2) e UBS (Unidade Básica de Saúde) Dona Neta, no Bairro Guanandi (1). Porém, uma delas no Universitário ficou instalada por poucos dias no início do ano. Lá eram dez leitos, que não chegaram a ser usados. "Não tinha ar condicionado, era impossível ficar lá dentro. Nem usamos e em seguida foi desmontada", afirmou o técnico de enfermagem que atua na tenda da UPA do Universitário, Rodrigo Aranda.

Até a semana passada cinco continuavam em funcionamento, mas três foram desativadas – uma no Universitário e Vila Almeida, respectivamente, e a do Guanandi –, de acordo com o tenente-coronel Humberto Bortoletto, comandante do Batalhão de Saúde do CMO (Comando Militar do Oeste). “São temporárias e ficam à disposição por três meses. Por conta da diminuição dos casos de dengue e necessidade de manutenção, as tendas serão desativadas. Mas se houver necessidade, rapidamente, em até 12 horas, conseguimos instalar de novo”.

Ainda durante esta semana a previsão é de que as tendas nas UPAs continuem atendendo antes da desativação completa, porém a procura é baixa. Na manhã desta segunda-feira (4), apenas uma pessoa foi atendida na unidade do Bairro Universitário, que tem cinco leitos na tenda. A paciente era a aposentada, Maria Gorete Martins, 65 anos, que está com dengue e há dez dias precisa ir diariamente ao local receber soro. “Eu fiquei muito mal, preciso vir todo dia para não ficar internada. É o jeito”.

Ela fica em média 40 minutos no local para receber a medicação, mas hoje (4) por causa das sequelas da dengue – como a desidratação – ela ficaria lá por aproximadamente duas horas. Sem saber do fechamento da tenda até sexta-feira, ela ficou surpresa com a informação. “Nossa, mas porque? É muito melhor ser atendido aqui (na tenda) do que lá dentro do posto”, afirmou.

Aranda, trabalha na UBS Cidade Morena, mas foi designado para atuar na tenda desde o dia 20 de dezembro do ano passado. Ele também não sabia do fechamento, mas avalia que a necessidade dos leitos já não é mais tão intensa. “Geralmente no período da manhã ficava lotado, nas duas tendas e vinham os médicos da equipe móvel para ajudar. Era muita gente mesmo. Mas agora não precisa mais, está bem tranquilo e os pacientes que aparecerem podem ser atendidos no posto”.

O recolhimento de pneus, feito pelo Exército, e também a atuação da equipe móvel de médicos que são deslocados para as unidades com maior número de pacientes com dengue, vão continuar de acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Casos - O boletim epidemiológico divulgado pela Sesau na terça-feira (29), apontou que a média diária de casos notificados de dengue caiu 47% em Campo Grande, se comparando os registros de janeiro e abril. Desde o dia 1° de março são 147,2 casos notificados de dengue todos os dias na Capital, mas no mês de janeiro foram 311,6 notificações diárias.

O boletim aponta que em 89 dias, desde o início do ano até o dia 29 de março, foram 22.429 notificações de dengue. Apenas no mês de março foram 4.270 casos notificados, além de 9.662 em janeiro e 8.491 em fevereiro. Também foram 466 casos confirmados – apenas nos dois primeiros meses do ano –, cinco casos graves e três mortes.

O serviço de vigilância epidemiológica também divulgou 3.327 casos notificados de zika – 735 no mês de março –, com 60 confirmações da doença. A Sesau acompanha 331 gestantes (285 em 2016), das quais 65 tiveram teste positivo para o zika vírus (55 em 2016). Já a febre chikungunya tem 191 casos notificados, 30 em março.

No balanço divulgado no dia 22 de março, as notificações de dengue estavam em 20.332. Já os casos de zika somavam 2.839 notificações, com 59 confirmações, além de 310 gestantes acompanhadas por conta da doença – 64 tiveram teste positivo para o vírus, 55 este ano. Também eram 169 notificações de febre chikungunya este ano, 12 apenas em março.

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