Sem dormir, vizinhos de batalhão reclamam de latidos "insuportáveis"
Condomínio ao lado do Batalhão de Choque entrou na Justiça para que cães sejam removidos de lá
Latidos constantes de 16 cachorros e gás lacrimogêneo no quintal de casa é a rotina de quem mora vizinho ao Batalhão de Choque nos altos da avenida Afonso Pena, em Campo Grande. O Condomínio Residencial San Pietro Villaggio, que fica ao lado da sede da corporação, acionou a Justiça por perturbação de sossego e pedindo que em 90 dias os cães sejam retirados de lá.
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Moradores do Condomínio Residencial San Pietro Villaggio, em Campo Grande, ingressaram na Justiça contra o Batalhão de Choque por conta dos latidos constantes de 16 cães e o uso de gás lacrimogêneo no canil da corporação, localizado próximo ao condomínio. A situação, que gera barulho excessivo, mau cheiro e prejudica o sono e a locação das casas, já dura anos, mas as ações judiciais foram iniciadas somente em novembro de 2022. A juíza deferiu a manifestação do batalhão, que alega necessidade de treinamento dos cães e busca por uma nova sede. O condomínio aguarda uma solução definitiva para o problema.
Na decisão preliminar, a juíza substituta na 3ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, Paulinne Simões de Souza, enfatiza que o canil existe lá “há anos”, mas apenas em novembro do ano passado os moradores acionaram a Justiça contra os problemas, o que retira do pedido o seu senso de urgência. Determina que o batalhão se manifeste dentro do prazo legal.
Fora o barulho incessante e classificado como “insuportável”, há reclamação também relacionado ao mau cheiro, que atinge especialmente as casas 3 e 4 que são as mais próximas ao canil. A situação tira, literalmente, o sono de quem mora ali e recentemente, tem impedido inclusive a moradia.
“Além da tortura, que é a privação do sono, ocasionada pelos latidos incessantes dos cachorros, esses problemas estão trazendo prejuízos financeiros para os proprietários das casas do Condomínio que as adquiriram para locação, eis que essas casas não estão sendo locadas nos últimos tempos, eis que todo interessado se assusta ou ouvir o barulho do lado das casas”, diz a petição do condomínio.
Reclamações de antigos moradores dão conta que as pessoas não conseguem dormir, trabalhar em home office, estudar, e se precisam sair cedo para trabalhar, podem ter ficado sem dormir por causa dos latidos. Em vídeos anexados ao processo, ouve-se com nitidez os latidos e ainda, o uso de gás que chega no quintal das casas.
O batalhão foi criado em 2013 e o condomínio com 26 casas foi instalado lá um ano antes. A primeira reclamação do San Pietro diretamente ao Choque, entretanto, foi em 2022, no mês de setembro. Outra reclamação foi feita em julho de 2023 e então, houve resposta, que indicava a impossibilidade de qualquer alteração em relação ao problema.
Em julho do ano passado o caso foi levado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul e a Polícia Militar acabou abrindo procedimento para acompanhar o caso. O comandante da corporação, Rigoberto Rocha da Silva respondeu que tem 16 cães em espaço que comporta 14, que é necessário treinamento contínuo e que muitas missões começam de madrugada “pela necessidade do deslocamento, por vezes, a outras comarcas no interior”.
Também enfatizou que há necessidade de uma nova sede “onde possa continuar treinando e dando treinamento e o canil não gere qualquer tipo de incômodo, porém, todas as tentativas não obtiveram sucesso.”
Diante da resposta, o condomínio entrou na Justiça e aguarda uma solução. A reportagem encaminhou questionamento ao Batalhão de Choque e o caso foi encaminhado ao comando da corporação.
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