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Capital

Sem merendeira, mães têm que cozinhar em escola municipal

Chloé Pinheiro | 29/08/2016 10:12
Escola Municipal José Dorileo de Pina (Foto: Fernando Antunes)
Escola Municipal José Dorileo de Pina (Foto: Fernando Antunes)

Na Escola Municipal José Dorileu de Pina, no bairro Universitário, sul de Campo Grande, uma situação no mínimo curiosa ocorre há uma semana. Segundo relatos de mães de alunos, que não querem se identificar por medo de represálias, a escola, que atende alunos entre a pré-escola e o nono ano, está sem merendeira para fazer a comida no período da tarde, obrigando a própria comunidade a ir para a cozinha da unidade.

"Fui informada por uma funcionária que deveria mandar lanche para meu filho menor e depois me explicaram que não tinha funcionárias para preparar a merenda", conta a mãe de dois estudantes da escola.

A mãe relata ainda que viu que várias crianças que aparentavam não ter comido e, por isso, ofereceu ajuda à coordenadora. "Ela disse que eu poderia ir ajudar na cozinha, mas perguntou se eu ia mesmo, porque várias mães já tinham se oferecido e não comparecido", conta. 

A diretora da escola, Maria de Fátima Ardaia Fagundes Morais, confirma que está com desfalques na cozinha e que conta com ajuda extra, mas nega que não haja comida para os alunos. "Esta merendeira está de licença médica por 30 dias, mas temos outra funcionária aqui e uma mãe da Associação de Pais e Mestres ajudando", esclarece a gestora. "Estamos conseguindo atender a demanda dessa maneira". 

A Secretaria Municpal de Educação foi procurada para explicar se é possível substituir a funcionária afastada nesse caso, mas não se manifestou até o fechamento da reportagem. 

Quadro de funcionários prejudicado

A Prefeitura Municipal de Campo Grande tem um problema considerável para resolver em relação não só as merendeiras, mas também outros milhares de funcionários da Semed (Secretaria Municipal de Educação) e SAS (Secretaria de Assistência Social).

Até o dia 05 de setembro, a próxima segunda-feira, 1,7 mil pessoas contratadas via convênios considerados irregulares com as empresas Seleta e Omep. Até o momento, entretanto, cerca de trezentos funcionários apenas foram demitidos.

Enquanto isso não acontece, o Campo Grande News recebeu denúncias de funcionários que foram demitidos, mas ainda não receberam os direitos rescisórios e de recreadoras em licença-maternidade que deixaram de receber o benefício. 

Além disso, há cerca de quinze dias, recreadoras terceirizadas dos Ceinf (Centro de Educação Infantil) paralisaram seus serviços por falta de recebimento vale-transporte. As duas empresas conveniadas alegam que não receberam repasse em valor suficiente, mas a Prefeitura informou que está com os pagamentos em dia.

Para resolver o impasse, o MPE (Ministério Público Estadual) realizará uma audiência conciliatória entre as partes hoje às 14h.  

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