Sem PF, Justiça retira invasores de 21 unidades do Minha Casa, Minha Vida
Mesmo sem a participação da Polícia Federal, a Justiça Federal e a Caixa Econômica Federal mantiveram a operação para desocupar as residências invadidas no Conjunto José Maksoud, na região das Moreninhas, na saída para São Paulo. Só nesta segunda-feira, 21 unidades do Minha Casa, Minha Vida, foram desocupadas e serão entregues aos contemplados.
Segundo o técnico bancário da Gerência de Habitação da Caixa Econômica Federal, Rogério Silva do Carmo, a prioridade é pegar as casas vazias. No entanto, como receberam a intimação da Polícia Federal até o dia 30 de julho deste ano, os invasores tiveram de 10 a 20 dias para deixar os imóveis.
Orçado em R$ 27,8 milhões, o residencial com 482 casas foi construída por meio do programa federal. Como houve demora na entrega das casas, muitas famílias acabaram invadindo as unidades. Segundo levantamento da Caixa, 47 casas foram ocupadas irregularmente.
Além de retirar as famílias, a equipe faz o levantamento dos estragos causados na casa. Cerca de 50% das casas foram danificadas e só vão ser liberadas para os mutuários após obras de reparo. Os responsáveis pela destruição serão identificados e denunciados à polícia pelos danos. Eles também serão incluídos em uma relação de excluídos dos programas habitacionais do Governo federal.
O autônomo Marcos da Silva Oliveira, 51 anos, deixou o imóvel sem resistência. Ele tinha ocupado a casa com a esposa e uma filha. “Não é minha, tenho que sair”, justificou-se. Marcos alegou que deixou uma área de risco e só invadiu a casa porque estava vazia.
Já a vendedora Vanessa do Amaral Alencar, 26, invadiu uma casa com os dois filhos, de 5 e 7 anos. Ela contou que só ocupou o imóvel porque não tem condições de pagar aluguel e estava residindo de favor na casa de um amigo, que solicitou a devolução do imóvel. Agora, ela vai para outra casa cedida por um amigo, onde deverá ficar pouco tempo.
Vanessa revelou que está inscrita na Emha (Agência Municipal de Habitação) há oito anos. O pai e a irmã moram no Conjunto José Maksoud, mas não tem vaga para acolhê-la, nem temporariamente.
Por outro lado, a representante comercial Maria Aparecida dos Santos, 53, era só felicidade ao realizar o sonho da casa própria. Ela esperava pela mudança desde dezembro do ano passado, quando foi inscrita no programa para deixar a área de risco no Jardim Colibri. A sua casa dará lugar para uma avenida.
No entanto, ela ainda vai ser obrigada a esperar um pouco mais para usufluir a nova casa. Tudo porque o imóvel estava bastante danficado e sem torneiras e vaso. Só após os reparos, ela poderá mudar-se para o novo imóvel. "A sensação é ótima", comentou a mulher, que estava faceira só por assinar o contrato e pegar as chaves. Ela destacou que o novo local tem asfalto e esgoto, o que lhe dará mais qualidade de vida. Ela já faz planos de ampliar a casa quando tiver condições.