Sem redução de leitos covid, HR só deve retomar cirurgias eletivas em dezembro
Há 10 dias números continuam iguais; ideia é garantir que não faltem leitos para pacientes positivos para o novo coronavírus
Mesmo autorizado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) a retomar cirurgias eletivas suspensas há pouco mais de cinco meses, desde o início da pandemia, o Hospital Regional de Campo Grande só deve voltar a realizar os procedimentos no mês de dezembro. Segundo a direção da unidade de saúde, a medida visa garantir que leitos continuem disponíveis para pacientes covid-19, já que nos últimos 10 dias não houve diminuição nos índices da doença, no hospital.
“O momento tem que ser de prudência para que não falte leitos para pacientes com a Covid-19. Há 10 dias os índices não diminuem. Não conseguimos baixar de 95 pacientes internados nos nossos leitos de CTI”, afirma a diretora do Hospital Regional, Rosana Leite de Melo.
Ainda segundo a médica, o retorno das eletivas em dezembro também dependerá dos números da doença, podendo os procedimentos continuar suspensos até 2021. Antes disso, apenas procedimentos considerados de urgência serão realizados.
“Fizemos um planejamento e estamos pensando em uma ilha de CTI com 10 leitos não Covid para poder retomar as cirurgias de urgências eletivas e eletivas essenciais a partir de novembro, provavelmente. Já as cirurgias eletivas, a depender da evolução da pandemia, a partir de dezembro ou janeiro de 2021”, afirma Rosana.
A decisão de paralisar cirurgias eletivas foi anunciada pela secretaria estadual de saúde no dia 20 de março e entrou em vigor três dias depois. Conforme o decreto, os recursos humanos e materiais que foram liberados em razão da suspensão, foram direcionados para o enfrentamento da emergência de saúde pública em razão da pandemia.
Santa Casa – Com mais de 600 pacientes na fila de espera, a Santa Casa anunciou que as cirurgias eletivas no local retomam no próximo dia 24. Ao todo, 664 procedimentos foram cancelados no início da pandemia.
Regras – Para que os procedimentos sejam retomados, decreto conscientiza sobre ações necessárias por parte dos hospitais. A resolução prevê que na região onde serão realizadas as cirurgias exista um número apropriado de leitos hospitalares disponíveis, incluindo leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva).
Também deve estar garantida a existência de equipamentos de proteção individual (EPI), além dos insumos necessários para a execução de cada procedimento, ventiladores mecânicos e equipe treinada para tratar todos os pacientes, relacionados ou não à doença covid-19.
Ainda conforme a publicação os hospitais devem instituir uma comissão que vai estabelecer estratégias de priorização da agenda cirúrgica, atento a situação local referente à pandemia da covid-19.