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Capital

Sem saber, família mora há 15 anos com bomba no Nova Campo Grande

Aline dos Santos | 28/04/2012 15:46

A cápsula de canhão já serviu para segurar porta e, até, para que as crianças amassassem latinhas.

Dentro de casa, artefato servia para escorar porta. (Foto: Pedro Peralta)
Dentro de casa, artefato servia para escorar porta. (Foto: Pedro Peralta)

Sem saber, uma família mora há 15 anos com uma bomba no bairro Nova Campo Grande. Neste sábado, a poucos metros da casa de Jerusa Pereira dos Santos, de 40 anos, a Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) detonou um artefato militar encontrado por um operário num canteiro de obras. A casa de Jerusa e a construção ficam na avenida 5.

A moradora conta que encontrou o explosivo quando fazia uma fossa. “Moro aqui há 17 anos e ajudava o meu marido nas obras da casa. De repente, bati em algo de metal e fiquei pensando o que será que era isso?”, diz.

A cápsula de canhão, que hoje ela não tem mais coragem de segurar, já serviu para segurar porta e, até, para que as crianças amassassem latinhas.

Ela explica que o único cuidado era sempre bater só a base do material, sem mexer na ponta. Na casa, moram Jerusa, o marido e duas filhas.

A moradora conta que encontrou o explosivo quando fazia uma fossa. (foto: Pedro Peralta)
A moradora conta que encontrou o explosivo quando fazia uma fossa. (foto: Pedro Peralta)

Após ver a foto do artefato, um capitão da reserva do Exército disse que se trata mesmo de uma cápsula de canhão ainda não deflagrada. “Foi uma grande sorte da família, que só usou a base do artefato. Mesmo assim era um risco”, salienta.

Pelo bairro, os moradores afirmam que ali já foi área de treinamento do Exército. Outra versão popular é de que os artefatos são ainda remanescentes da Guerra do Paraguai. Neste sábado, o artefato detonado no canteiro de obras foi encontrado pelo operador de máquina José Ronaldo de Souza Ferreira, de 26 anos.

“Fui lavar, não sabia o que era e fiquei desfilando com ela [bomba] na mão”, conta Maranhão, que na obra ganhou o apelido de seu Estado natal. Segundo ele, os militares disseram que o artefato tinha mais de 70 anos. A detonação chamou atenção dos vizinhos pelo forte barulho.

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