Sensação de noite mal dormida marca início de horário de verão na Capital
Muita gente comemora porque pode ser a última mudança do tipo no Brasil
Acordar cedo no domingo em fim de feriadão não é nada prazeroso. A sensação é ainda pior no primeiro dia de horário de verão, com os relógios adiantados em uma hora. Ir ao trabalho e outros compromissos, como missa por exemplo, exigiu dose a mais de disposição, conforme contaram algumas pessoas, ouvidas pelo Campo Grande News. A preocupação em perder o horário aumentou o desconforto.
“Hoje foi difícil ter que acordar de madrugada”, disse o professor Marconi Ferreira, 39 anos. O dia do profissional (hoje, é Dia do Professor) começou com a desagradável sensação de noite mal dormida. “Não consegui dormir direito, preocupado com o horário. Acordei algumas vezes, mesmo sabendo que o meu celular muda automaticamente”, contou Marcoli, enquanto caminhava para a igreja em companhia da mãe, onde participariam da missa.
A trabalhadora doméstica Maria Vitorino dos Santos, 49 anos, também ficou, durante a noite e madrugada, preocupada em perder o horário. “Acabei acordando mais cedo, por causa do medo de me atrasar”, disse. “Nesse horário, eu fico perdida. Quando a gente começa a se acostumar, ele muda de novo. Não gosto não”, opinou.
Visão diferente tem o aposentado Paulo César Borges, 63 anos, que está entre os que gostam do horário de verão. “Assim, temos mais tempo para aproveitar o dia”, argumentou. Ele disse não ter problemas para acordar cedo, uma vez que, normalmente, levanta-se por volta das 4h.
Esse também é o horário que sai da cama outro aposentado, Pedro César Ribeiro, 73 anos. Para ele, a mudança de horário é indiferente. “Para mim, tanto faz. Eu já acordo cedo mesmo”, disse.
Economia – De modo comum, os entrevistados não acreditam que o horário de verão possa contribuir para economia significativa de energia no País. Nesse aspecto, estão de acordo com os números, que mostram que os ganhos econômicos têm sido menores, o que pode acabar de vez com a mudança a partir de 2018.
Conforme o governo federal, no ano passado, o horário de verão gerou economia de R$ 159,5 milhões, devido à redução do uso das usinas termelétricas. O valor é menor que o contabilizado em 2015, de R$ 162 milhões.
Nesta edição, o horário de verão, iniciado neste domingo, vigora até o dia 17 de fevereiro de 2018.
Dicas - Há estatísticas que indicam que até o índice de infartos aumenta na semana de alteração no horário, já que o organismo é obrigado a reagir mais cedo.
Por isso, os especialistas dão algumas dicas. A alteração deveria ocorrer gradativamente dias antes da mudança de horário, com todo mundo já acordando um pouco mais cedo a cada dia.
Mas se você é do tipo que resolveu aproveitar ao máximo o antigo horário, a orientação agora é investir na “higiene do sono”, o que significa preparar o quarto para uma noite bem dormida.
As dicas não são novidade. É preciso apagar todas as luzes e evitando o uso de computador e celular antes de ir para a cama. A luz emitida por esse tipo de aparelho dificulta a produção de melatonina, o hormônio que induz o sono.